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Padre é afastado da Igreja após acusação de fotografar crianças no interior do Maranhão

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

29/08/2012 13h43

A Polícia Civil e o Ministério Público do Maranhão estão investigando a conduta de um padre no município de Santa Inês (250 km de São Luís) acusado de pedofilia por duas crianças e uma adolescente.

O padre suspeito é Nilton Lima, pároco solidário da Paróquia Santo Antônio. Por conta da acusação e de objetos encontrados pela Polícia no quarto dele, na Casa Diocesana, o bispo da Diocese de Viana, dom Sebastião Lima Duarte, informou que o pároco ficará afastado de suas funções na Igreja até a conclusão das investigações.

Segundo a promotora Norimar Gomes Nascimento Campos, da 3ª Promotoria de Santa Inês, as denúncias apontam que as vítimas teriam sido fotografadas, de forma intima, pelo padre. Por conta do sigilo das investigações que envolvem menores de 18 anos, a promotora não deu detalhes sobre as imagens que teriam sido feitas pelo padre.

O caso teria ocorrido em um povoado da cidade de Santa Inês, onde o pároco mantinha atividades religiosas. O nome da região também é mantido em segredo. “Nesse caso o que posso dizer é que não houve ato sexual.

Eram duas crianças de 11 anos e uma adolescente de 13, que teriam sido fotografadas pelo padre. Elas foram ouvidas na promotoria da Infância e Juventude, mas, como a promotoria não tem atribuição criminal, estou dando prosseguimento do caso”, disseCampos.

A promotora informou que duas mães das supostas vítimas procuraram o MP para denunciar o caso, enquanto outra vítima teria sido acompanhada pelo Conselho Tutelar.

Preservativos, calcinhas e DVD

“Entrei com um pedido de busca e apreensão, na última quarta-feira [22], que foi cumprido na quinta-feira [23] pela Polícia Civil. Estou esperando o resultado da análise do computador e celulares apreendidos, para saber o que vai ser encontrado, se vamos encontrar essas fotos que teriam sido tiradas”, disse a promotora.

Segundo a Polícia Civil, durante a busca foram encontrados, no quarto do padre, preservativos, calcinhas e um DVD. Celulares e computadores foram apreendidos e estão sendo periciados.

A promotora explicou ainda que não há denúncia criminal contra o padre pois o caso está ainda em fase de inquérito. “Se houver provas, vou oferecer denúncia, com base no artigo 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que proíbe, entre as coisas, fotografar, por qualquer meio, criança”, informou, citando que, se condenado, o padre pode pegar pena de quatro a oito anos de prisão.

O UOL tentou contato com o padre na manhã desta quarta-feira (29), mas ele não foi localizado.