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No estilo "Robocop", agentes do Bope ganham capacete com tecnologia de resfriamento cerebral

Protótipo de capacete é capaz de impedir que as lesões no cerébro aumentem, o que garante mais tempo para transferência e socorro adequado de um policial atingido em confronto. - Divulgação/Governo do Estado do Rio de Janeiro
Protótipo de capacete é capaz de impedir que as lesões no cerébro aumentem, o que garante mais tempo para transferência e socorro adequado de um policial atingido em confronto. Imagem: Divulgação/Governo do Estado do Rio de Janeiro

Do UOL, no Rio

04/09/2012 12h32

Após 20 anos de pesquisa acadêmica, os policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Rio, passarão a utilizar em breve capacetes com tecnologia de resfriamento cerebral, cuja tecnologia está sendo aprimorada pelo neurocientista Renato Rozental.

Segundo o governo do Estado do Rio de Janeiro, o pesquisador elaborou um protótipo capaz de impedir que as lesões no cerébro aumentem, o que garante mais tempo para transferência e socorro adequado de um policial atingido em confronto.

O dispositivo seria ativado pelo militar que estivesse mais próximo ao colega ferido. O acionamento faz com que gases sejam injetados em válvulas que resfriam o cérebro, diminuindo a pressão intracraniana. "É como se colocássemos gelo no local da lesão, impedindo a propagação do edema", explicou Rozental.

O projeto foi viabilizado através de um acordo de cooperação técnico-científica, assinado entre o comando da Polícia Militar e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), ligada à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia. Cerca de R$ 450 mil foram investidos pela Faperj.

De acordo com a PM, os capacetes passarão por uma fase de testes para chegar à definição de qual será o melhor protótipo para os homens do Bope.

"Precisarei de cerca de um ano para fazer simulações e chegar ao melhor protótipo para, depois, executá-lo. Esse processo é custoso. Depois que ele estiver definido, fica mais fácil reproduzi-lo", afirmou Rozental.

O neurocientista negocia também com o Ministério da Saúde e Ministério da Defesa um acordo para produzir toucas com o mesmo dispositivo de resfriamento, porém mais flexíveis, que serão utilizadas em vítimas de acidentes em que ocorra traumatismo cranioencefálico (TCE). Rozental deseja ainda conseguir incentivos para que o dispositivo esteja disponível em ambulâncias do Samu.

"Com a aproximação dos grandes jogos que serão realizados no Rio, teremos uma população maior de motociclistas, ciclistas e policiais que poderão estar mais protegidos com o uso do capacete. O objetivo da ação é melhorar o atendimento imediato, reduzindo os custos e reintegrando mais rapidamente os pacientes acidentados com traumatismo cranioencefálico", defendeu o pesquisador.