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Empresário é preso por estelionato e fraudes de até R$ 22 milhões contra bancos em Goiás

Lourdes Souza

Do UOL, em Goiânia

03/10/2012 13h44Atualizada em 04/07/2018 17h01

Um empresário suspeito de realizar golpes milionários a partir de empréstimos bancários foi detido em sua casa, no setor Bueno, em Goiânia, nessa terça-feira (2). Responsável por duas empresas que adquirem derivados de petróleo para a produção de sacolas plásticas, ele era investigado por utilizar escrituras falsas de 13 áreas rurais no Estado de Tocantins.

ATUALIZAÇÃO Este texto foi modificado para fazer constar a posterior absolvição do empresário em razão da prescrição em perspectiva da pena dos crimes que lhe foram imputados no inquérito policial.

As terras não pertenciam ao empresário, mas sim à União e terceiros. Os documentos eram usados como garantia para os empréstimos bancários. A polícia avalia que a fraude pode ter gerado prejuízos de até R$ 22 milhões para, ao menos, sete instituições financeiras.

Após as investigações conduzidas pelo delegado Manoel Borges de Oliveira, titular do 4º Distrito Policial de Goiânia, Delollo teve a prisão preventiva decretada, assim como o irmão do empresário, apontado como integrante do esquema. 

Os indícios do golpe surgiram quando o Banco Indusval, com sede em Goiânia e filial em Mossâmedes, emprestou R$ 3,5 milhões ao empresário. Assim que o prazo para o pagamento se encerrou, profissionais do banco foram verificar as terras avaliadas em R$ 7 milhões, apresentadas como garantia, e descobriram que eram de propriedades da União e de terceiros.

Quatro anos

As escrituras falsas foram lavradas em Mossâmedes e registradas no cartório de Angico, no Tocantins. As investigações estavam em andamento havia quatro anos e eram conduzidas pelo Ministério Público de Mossâmedes e depois repassadas para a Polícia Civil, em Goiânia, onde é a sede do banco Indusval. O delegado Manoel Borges de Oliveira diz que com a descoberta da fraude dos documentos comprovou-se o estelionato.

Os irmãos vão responder ainda por formação de quadrilha, falsidade ideológica e falsificação de documentos. O inquérito policial investiga ainda o ex-escrevente do cartório de Mossâmedes (121 km de Goiânia) Edson de Lima Janeri e o proprietário do cartório de Angico, em Tocantins, João Paulo Rodrigues Júnior, e sua mulher, Ana Leida Oliveira Rodrigues.

Também estão citados Adaílsa Maria Ribeiro e Vandeir Sebastião Vieira, que foram contratados por Delollo para acompanhar vistorias nas fazendas com um engenheiro de um dos bancos antes da realização de empréstimo. Os empréstimos tomados pela dupla em outros seis bancos ainda estão em investigação. Os advogados dos irmãos Delollo não foram localizados pela reportagem do UOL para falar sobre as suspeitas.