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Perita confirma que jet ski do acidente que matou menina em Bertioga (SP) estava sem manutenção, diz advogado

Menina Grazielly Almeida Lames, 3, que morreu ao ser atingida na cabeça por um jet ski desgovernado, no início da noite de sábado, na praia de Guaratuba, em Bertioga, no litoral paulista - Reprodução/Youtube
Menina Grazielly Almeida Lames, 3, que morreu ao ser atingida na cabeça por um jet ski desgovernado, no início da noite de sábado, na praia de Guaratuba, em Bertioga, no litoral paulista Imagem: Reprodução/Youtube

Gustavo Delacorte

Do UOL, em Santos (SP)

11/10/2012 19h23

A terceira audiência do caso da menina Grazielly Lames, 3, que morreu após ser atingida por um jet ski em Bertioga (103 km de São Paulo) em fevereiro, foi realizada na tarde desta quinta-feira (11), no fórum da cidade. A única testemunha ouvida foi a perita criminal que periciou a embarcação, e o depoimento durou aproximadamente 1h30.

De acordo com o advogado da família de Grazielly, José Beraldo, no depoimento ficou confirmado que o jet ski estava sem manutenção. "Ela confirmou que havia oxidação no jet ski. Sendo assim, confirmou efetivamente que também faltava revisão nele", disse.

Beraldo defende que a mulher do dono do jet ski e o caseiro foram omissos, e também deveriam responder pela morte de Grazielly. Ele disse que pediu ao juiz que determine que a Marinha forneça todo seu processo administrativo sobre o caso, para que conste no julgamento.

A audiência desta quinta encerrou a fase de depoimentos feitos em Bertioga. Agora, o juiz Rodrigo de Moura Jacob, responsável pela 1ª Vara Criminal de Bertioga, aguarda a chegada dos depoimentos das outras nove testemunhas, que, por serem de outras cidades, serão ouvidas por carta precatória. Já os réus serão ouvidos somente após todas as testemunhas terem prestado depoimento.

Entenda o caso

O acidente aconteceu no dia 18 de fevereiro, na praia de Guaratuba, em Bertioga. Grazielly Almeira Lames, que tinha três anos, visitava o mar pela primeira vez e brincava com sua mãe na área rasa da praia quando o jet ski a atropelou, atingindo sua cabeça.

Ela sofreu traumatismo craniano e foi levada de helicóptero para o Hospital Municipal de Bertioga, mas já chegou sem vida ao local. O corpo de Grazielly foi sepultado em Artur Nogueira, no interior de São Paulo, onde sua família mora.

O adolescente suspeito de estar pilotando o jet ski foi responsabilizado pelo acidente, mas o caso corre em segredo de Justiça por se tratar de um menor de idade. O dono do jet ski, que também é padrinho do adolescente, o proprietário da marina e o mecânico foram indiciados pela morte da menina pelo Ministério Público e são acusados de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. 

Jet ski que matou menina em SP tinha peças enferrujadas