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Alagoas, Sergipe e Amazonas são os que mais receberam verba do governo por km de estrada, diz pesquisa

Do UOL, em São Paulo

25/10/2012 06h00

Os Estados que mais receberam investimentos do governo federal por quilômetro de estrada em 2011 foram Alagoas (R$ 696 mil/km), Sergipe (R$ 660 mil/km) e Amazonas (R$ 438 mil/km). Apesar disso, o Amazonas não possui nenhuma rodovia em estado bom. É o que mostra a pesquisa anual da CNT (Confederação Nacional dos Transportes) com base em 95.707 quilômetros de todo o país.

Segundo a pesquisa, o governo federal autorizou R$ 17,8 bilhões para investimentos em transporte, de acordo com o estipulado na LOA (Lei Orçamentária Anual). Deste montante, R$ 13,8 bilhões eram destinados às rodovias. Porém, apesar deste volume, até agosto apenas R$ 4,7 bilhões haviam sido investidos no setor --R$ 3,7 bilhões para pagar dívidas de anos anteriores.

Este pode ser um dos motivos de o Amazonas ser o terceiro a receber mais investimentos por quilômetro de estrada e ao mesmo tempo não possuir nenhuma rodovia em estado bom ou ótimo. O Estado tem 22,5% das rodovias em condições péssimas e 47,1% ruins.

Alagoas, por sua vez, tem 47,9% de suas estradas em estado bom e 45,2% são consideradas regulares. No Sergipe a situação é mais crítica --65,9% das estradas são classificadas como péssimas (13,8%), ruins (27,1%) e regulares (25%). Apenas 1,5% está em ótimas condições.

São Paulo está em quarto lugar no ranking e recebeu R$ 355 mil por quilômetro do governo federal. Neste Estado, 49,9% das rodovias são ótimas e 28,8% são boas, segundo a pesquisa.

Os Estados que menos receberam do governo federal por quilômetro de estrada são Piauí (R$ 38 mil/km), Bahia (R$ 59 mil/km) e Paraná (R$ 60 mil/km).

De acordo com a CNT, estão previstos pelo PPA (Plano Plurianual) 2012-2015 investimentos de R$ 82,7 bilhões para infraestrutura rodoviária. Mas “mesmo esse significativo montante é insuficiente para manter a estrutura viária, atender à demanda crescente e reduzir os gargalos do setor de transporte no Brasil”, reconhece a confederação.

  • Tabela mostra investimentos federais em estradas nos 26 Estados mais o Distrito Federal

Situação geral

A pesquisa ainda apontou que 62,7% das rodovias brasileiras são consideradas regulares (33,4%), ruins (20,3%) ou péssimas (9%). Apenas 37,3% são consideradas ótimas (9,9%) ou boas (27,4%).

O Estado com os piores índices é o Acre, onde 38% das estradas são péssimas, 34,1% são ruins e apenas 0,7% é considerado ótimo. São Paulo, com seus 49,9% de trechos pavimentados considerados ótimos, lidera o ranking nacional.

O Brasil tem 65.273 km de rodovias federais e 30.434 km de rodovias estaduais e, destes 95.707 km, 80.315 km estão sob gestão pública e 15.392 km sob gestão privada.

Públicas x concessionadas

O levantamento também revelou que 71,2% das rodovias sob gestão pública são consideradas regulares (37,6%), ruins (23,8%) ou péssimas (10,8%). Por outro lado, 86% das rodovias sob gestão privadas são consideradas ótimas (44,7%) ou boas (42%).

Segundo a pesquisa, o Brasil possui 80.315 km de rodovias públicas e 15.392 km de estradas privadas. Ao total, 95.707 km foram analisados --65.273 km pertencem a rodovias federais e 30.434 km a estradas estaduais.

  • À esquerda aparecem os dados das estradas sob concessão, e à direita sobre as públicas

Dados da pesquisa

Esta é a 16ª edição da pesquisa CNT de rodovias, a primeira foi em 1995 e analisou 15.710 km de estradas. Este ano foram 95.707 km, um acréscimo de 2.960 km (3,2%) em relação ao ano passado.

Foram 37 dias de coleta de dados em campo, com a participação de 17 equipes. As rodovias pesquisadas abrangem toda a malha rodoviária federal pavimentada, os principais trechos de rodovias estaduais pavimentadas e rodovias sob concessão privada.

Além de analisar as condições das estradas em relação ao pavimento, à sinalização e à geografia, também foram coletados dados sobre postos de abastecimento, borracharias, concessionárias e oficinas mecânicas de caminhões ou ônibus, restaurantes e lanchonetes, postos policiais e fiscais, entre outros.