Computador encontrado no lixo vira peça-chave para solução de crime ocorrido em Londrina (PR)

Um notebook em pedaços, encontrado no lixo nesta quinta-feira (25), pode ser a peça-chave para solucionar as mortes do agroempresário José Otaviano de Oliveira Ribeiro, 69 anos, e da nutricionista Tathiana Name Colado Simão, 35 anos, ocorridas nessa quarta-feira (24) em um apartamento de luxo que fica às margens do Lago Igapó, cartão postal de Londrina (388 km de Curitiba).

Para o delegado Willian Douglas Soares, o computador portátil destruído, encontrado na lixeira dentro do apartamento, tornou-se peça importante nas investigações. “O estado em que ficou o notebook mostra que não foi uma mera queda. O conteúdo será periciado juntamente com o material que encontramos”, informou Soares. Gravações das câmeras de segurança também serão analisadas.

A Polícia Civil e o Instituto de Criminalística (IC) trabalham com várias hipóteses, mas focam as investigações num possível crime passional por parte do empresário, já que a segurança do prédio é bastante reforçada, nada foi roubado no apartamento e também pelo fato de vizinhos terem ouvido discussões durante a madrugada de quarta-feira (24).

O velório foi realizado em locais diferentes em Londrina. No cemitério onde será enterrado o empresário, seguranças controlavam a entrada de pessoas nos portões. A reportagem do UOL tentou ouvir com o Benedito Graça Sobrinho, advogado da família de Ribeiro, mas foi informada que os parentes estavam abalados e não queriam falar sobre o assunto.

O mesmo foi dito pelos familiares de Tathiana, reunidos na capela de outro cemitério da cidade. A nutricionista estava casada havia apenas dois meses com o empresário e tinha um filho, de três anos, fruto de um casamento anterior. O menino estava na casa do pai e não presenciou o crime.

Raios

Os corpos foram encontrados no apartamento na manhã de quarta-feira pela mãe da nutricionista, que pediu ao porteiro para usar uma chave reserva porque não conseguia falar com a filha. Segundo o Instituto Médico Legal (IML),  Tathiana foi morta com dois tiros na cabeça, eliminando assim qualquer hipótese de suicídio.

Ribeiro, que atuou na presidência da Cooperativa dos Cafeicultores de Porecatu (Cofercatu) nos últimos 37 anos, morreu com um tiro no peito. Na cama onde o casal estava foram encontradas uma pistola e uma faca.

Em meio às investigações, um fato curioso: a última ligação feita com o celular do empresário foi para o 190 da Polícia Militar, perto da 1h da manhã de quarta-feira. O caso foi repassado para equipes de rua, mas não foi possível gravar o telefonema porque sete dos oito terminais de atendimento da PM estão queimados por causa de raios ocorridos durante um temporal.