Antes de assumir o caso, novo advogado de Bruno sugeriu, no Twitter, que ex-goleiro deveria "confessar o crime de homicídio"
O novo advogado do goleiro Bruno Souza trocou mensagens no microblog twitter e escreveu que o jogador e o ex-braço direito Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, deveriam “confessar o crime de homicídio” e “negar a ocultação de cadáver e sequestro”. As postagens ocorreram na segunda-feira (19), antes de ele assumir o caso, nesta terça-feira (20).
Na rede, sugestão para confissão
Algumas mensagens postadas foram apagadas pelo advogado.
Tiago Lenoir Moreira complementou: “Dai (sic) pega 6 anos e volta a jogar bola”, concluiu o advogado, que assumiu nesta terça-feira (20), ao lado de Francisco Simim, a defesa do goleiro no julgamento sobre o sumiço de Eliza Samudio, ex-amante do atleta.
O júri popular está sendo feito no fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte.
Moreira assumiu o lugar de Rui Pimenta, destituído por Bruno ainda na parte da manhã do segundo dia de julgamento. De acordo com informação de Francisco Simim, o goleiro teria alegado ter tido “insegurança” na continuidade do trabalho de Pimenta à frente de sua defesa.
Questionado sobre as mensagens feitas no twitter, o advogado afirmou que elas foram retiradas do contexto.
“Foi apenas uma declaração discutível, de maneira técnica. Agora vamos estudar a melhor estratégia para defender o goleiro”, afirmou Moreira.
O novo advogado é professor universitário e membro do TJD-MG (Tribunal de Justiça Desportiva de Minas Gerais).
VEJA O O QUE SERÁ APRESENTADO NO JULGAMENTO DOS ACUSADOS
RÉU | ACUSAÇÃO | O QUE DIZ O MP | O QUE DIZ A DEFESA |
BRUNO | Responde pelos crimes de sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver | Mentor e mandante da morte de Eliza, ameaçou-a de morte durante a gravidez. O goleiro determinou que Eliza fosse sequestrada e levada a sua casa, no Rio de Janeiro. Acompanhou o deslocamento de Eliza, já sequestrada e ferida na cabeça após receber coronhadas, para Minas | Nega a existência do crime. Eliza não foi morta porque não há corpo. Anteriormente, havia reconhecido a morte de Eliza, mas sem a participação, concordância ou o conhecimento do goleiro. A atribuição do crime havia sido dada a Macarrão, insinuando que o ex-braço direito nutria um “amor homossexual” pelo jogador |
MACARRÃO | Responde pelos crimes de sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado, e ocultação de cadáver | Também ameaçou Eliza durante a gravidez e foi o responsável pelo sequestro da moça no Rio de Janeiro. Foi o motorista do carro, com Eliza e o filho, na viagem para Minas Gerais. Dirigiu o veículo que transportou a moça até a casa de Bola. Amarrou as mãos de Eliza e desferiu chutes nas pernas da moça | Não existem provas materiais do crime de homicídio. Ele declarou que, Para evitar “especulações”, não adianta detalhes da estratégia de defesa a ser adotada |
BOLA* | Responde pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver | Executor de Eliza, estrangulou a jovem dentro de casa, em Vespasiano. Esquartejou o corpo da mulher e atirou uma das mãos a cães rottweiler. Foi incumbido de desaparecer com o corpo | Nega as acusações e afirma que apresentará “prova cabal” aos jurados, durante o julgamento, da inocência de Bola |
DAYANNE | Responde pelos crimes de sequestro e cárcere privado da criança | Participou da “vigilância” feita sobre Eliza e o filho no sítio do goleiro em Esmeraldas, apontado pela polícia como o cativeiro de Eliza antes de sua morte. Sabia do plano para matar a ex-amante do jogador. Tentou desaparecer com o filho de Eliza, localizado posteriormente pela polícia em Ribeirão das Neves | Nega que Dayanne soubesse do plano para matar Eliza, ela apenas cuidou da criança depois de um pedido do ex-marido. Sobrevivência do filho de Eliza se deu graças a Dayanne |
FERNANDA | Responde pelos crimes de sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela | Outra ex-amante de Bruno, auxiliou Macarrão a manter Eliza dentro da casa do goleiro no Rio antes da viagem para Minas. Cuidou do filho de Eliza nesse período e acompanhou Bruno e Macarrão na ida para Minas. Sabia da intenção do grupo de matar Eliza | É inocente, não sabia de nenhum plano para matar Eliza. Não presenciou um cenário que remetesse ao crime atribuído a ela. A viagem a Minas Gerais com o goleiro havia sido programada um mês antes do crime. Não notou ferimentos em Eliza |
- * Os advogados do acusado abandonaram o julgamento. Como Bola recusou a indicação de um defensor público, ele deverá ser julgado em outro momento
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