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Antes de assumir o caso, novo advogado de Bruno sugeriu, no Twitter, que ex-goleiro deveria "confessar o crime de homicídio"

Rayder Bragon, Guilherme Balza e Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Contagem

20/11/2012 16h37

O novo advogado do goleiro Bruno Souza trocou mensagens no microblog twitter e escreveu que o jogador e o ex-braço direito Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, deveriam “confessar o crime de homicídio” e “negar a ocultação de cadáver e sequestro”. As postagens ocorreram na segunda-feira (19), antes de ele assumir o caso, nesta terça-feira (20).

Na rede, sugestão para confissão

Algumas mensagens postadas foram apagadas pelo advogado.

Tiago Lenoir Moreira complementou: “Dai (sic) pega 6 anos e volta a jogar bola”, concluiu o advogado, que assumiu nesta terça-feira (20), ao lado de Francisco Simim, a defesa do goleiro no julgamento sobre o sumiço de Eliza Samudio, ex-amante do atleta.

O júri popular está sendo feito no fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte.

Moreira assumiu o lugar de Rui Pimenta, destituído por Bruno ainda na parte da manhã do segundo dia de julgamento. De acordo com informação de Francisco Simim, o goleiro teria alegado ter tido “insegurança” na continuidade do trabalho de Pimenta à frente de sua defesa.

Questionado sobre as mensagens feitas no twitter, o advogado afirmou que elas foram retiradas do contexto.

“Foi apenas uma declaração discutível, de maneira técnica. Agora vamos estudar a melhor estratégia para defender o goleiro”, afirmou Moreira.

O novo advogado é professor universitário e membro do TJD-MG (Tribunal de Justiça Desportiva de Minas Gerais).

VEJA O O QUE SERÁ APRESENTADO NO JULGAMENTO DOS ACUSADOS

RÉUACUSAÇÃOO QUE DIZ O MPO QUE DIZ A DEFESA
BRUNOResponde pelos crimes de sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáverMentor e mandante da morte de Eliza, ameaçou-a de morte durante a gravidez. O goleiro determinou que Eliza fosse sequestrada e levada a sua casa, no Rio de Janeiro. Acompanhou o deslocamento de Eliza, já sequestrada e ferida na cabeça após receber coronhadas, para MinasNega a existência do crime. Eliza não foi morta porque não há corpo. Anteriormente, havia reconhecido a morte de Eliza, mas sem a participação, concordância ou o conhecimento do goleiro. A atribuição do crime havia sido dada a Macarrão, insinuando que o ex-braço direito nutria um “amor homossexual” pelo jogador
MACARRÃOResponde pelos crimes de sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado, e ocultação de cadáverTambém ameaçou Eliza durante a gravidez e foi o responsável pelo sequestro da moça no Rio de Janeiro. Foi o motorista do carro, com Eliza e o filho, na viagem para Minas Gerais. Dirigiu o veículo que transportou a moça até a casa de Bola. Amarrou as mãos de Eliza e desferiu chutes nas pernas da moçaNão existem provas materiais do crime de homicídio. Ele declarou que, Para evitar “especulações”, não adianta detalhes da estratégia de defesa a ser adotada
BOLA*Responde pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáverExecutor de Eliza, estrangulou a jovem dentro de casa, em Vespasiano. Esquartejou o corpo da mulher e atirou uma das mãos a cães rottweiler. Foi incumbido de desaparecer com o corpoNega as acusações e afirma que apresentará “prova cabal” aos jurados, durante o julgamento, da inocência de Bola
DAYANNEResponde pelos crimes de sequestro e cárcere privado da criançaParticipou da “vigilância” feita sobre Eliza e o filho no sítio do goleiro em Esmeraldas, apontado pela polícia como o cativeiro de Eliza antes de sua morte. Sabia do plano para matar a ex-amante do jogador. Tentou desaparecer com o filho de Eliza, localizado posteriormente pela polícia em Ribeirão das NevesNega que Dayanne soubesse do plano para matar Eliza, ela apenas cuidou da criança depois de um pedido do ex-marido. Sobrevivência do filho de Eliza se deu graças a Dayanne
FERNANDAResponde pelos crimes de sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho delaOutra ex-amante de Bruno, auxiliou Macarrão a manter Eliza dentro da casa do goleiro no Rio antes da viagem para Minas. Cuidou do filho de Eliza nesse período e acompanhou Bruno e Macarrão na ida para Minas. Sabia da intenção do grupo de matar ElizaÉ inocente, não sabia de nenhum plano para matar Eliza. Não presenciou um cenário que remetesse ao crime atribuído a ela. A viagem a Minas Gerais com o goleiro havia sido programada um mês antes do crime. Não notou ferimentos em Eliza
  • * Os advogados do acusado abandonaram o julgamento. Como Bola recusou a indicação de um defensor público, ele deverá ser julgado em outro momento