MPF pede investigação de protestos contra retirada de não índios de reserva em Mato Grosso
O MPF-MT (Ministério Público Federal em Mato Grosso) pediu à PF (Polícia Federal) que investigue quem está à frente dos protestos de manifestantes contrários ao cumprimento da decisão judicial que determina a saída dos que não são índios da Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé, no nordeste do Estado.
O ofício com a determinação foi entregue ontem (12) à Delegacia da PF em Barra do Garças. Em nota divulgada há pouco, o MPF informou que decidiu pedir a investigação após a divulgação de notícias segundo as quais o vice-presidente regional da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso), Marcos da Rosa, incita as manifestações e os bloqueios de rodovias federais.
Segundo o procurador da República Otávio Balestra Neto, autor do pedido de investigação, se for confirmada, a conduta do líder ruralista é ilegal e ele pode ser punido com reclusão de um a três anos ou detenção de três a seis meses em regime semi-aberto ou aberto.
Depois de confronto ocorrido segunda-feira (10), quando policiais e manifestantes contrários à decisão judicial se enfrentaram com pedras e balas de borracha, não se registraram mais conflitos. Ainda assim, manifestantes continuam bloqueando trechos da BR-158, que liga Barra do Garça, em Mato Grosso, a Belém, no Pará.
Homologada por decreto presidencial em 1998, a Terra Indígea Marãiwatsédé tem 165.241 hectares e abrange parte do território das cidades mato-grossenses de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia, no nordeste do estado. Um hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, aproximadamente as medidas de um campo de futebol oficial.
A reportagem entrou em contato com a Famato, para ouvir Marcos da Rosa, mas, até o momento, não obteve resposta.
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