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Polícia do Rio oferece R$ 2.000 por informações sobre homem que disparou contra bebê em Belford Roxo

Pai da menina Geovanna Vitória de Barros, de 1 ano, morta na noite da última sexta-feira, durante uma tentativa de assalto, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, mostram foto da filha - Luiz Ackermann/Agência O Globo
Pai da menina Geovanna Vitória de Barros, de 1 ano, morta na noite da última sexta-feira, durante uma tentativa de assalto, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, mostram foto da filha Imagem: Luiz Ackermann/Agência O Globo

Do UOL, no Rio

21/01/2013 18h24

O Disque-Denúncia, central telefônica da Polícia Civil do Rio de Janeiro, oferece a partir desta segunda-feira (21) uma recompensa de R$ 2.000 por informações que levem à captura do homem acusado de participar da suposta tentativa de assalto que vitimou a menina Geovanna Vitória de Barros, de apenas um ano.

Quaisquer informações que possam ajudar a polícia a localizar o suspeito serão repassadas para o distrito policial de Belford Roxo (54ª DP), responsável pelas investigações. O telefone do Disque-Denúncia é: 0/xx/21/2253-1177.

A menor, que estava em uma cadeirinha para crianças no banco do carona do veículo conduzido pela mãe, Priscila de Barros, 27, foi baleada no tórax durante a ação criminosa, há três dias, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Na ocasião, a mãe da vítima foi abordada por dois homens em um carro preto.

Em depoimento, Priscila afirmou ter reduzido a velocidade do carro para passar em um quebra-molas no momento em que um dos criminosos saiu do carro e atirou contra ela. O projétil teria desviado no volante, segundo a mãe, e atingido a criança.

Após ser baleada, a menina foi encaminhada para um hospital particular em Nova Iguaçu, porém, de acordo com a polícia, a criança chegou morta ao local. O corpo de Geovanna foi enterrado neste domingo (20), no cemitério de Nova Iguaçu, também na Baixada Fluminense.

Manifestação

Familiares de Geovanna Vitória de Barros participaram de uma manifestação na Praia de Copacabana, na tarde desta segunda-feira (21), na zona sul do Rio, a fim de pedir justiça. O ato foi organizado pela organização não governamental Rio de Paz. Uma cruz preta de 40 metros de comprimento foi estendida na areia da praia e um cartaz foi levado com a pergunta "Quem Matou Geovanna?".

Inconsolável, a mãe de Geovanna, Priscila de Barros, lembrou do momento em que o suposto assaltante abriu fogo contra o veículo dela. "A bala bateu no volante e pegou nela. Tinha que ter sido em mim", disse. "Ela morreu como se fosse bandido e era inocente e muito feliz. A minha vida acabou", completou.

Com medo de uma possível retaliação, os pais deixaram a casa onde moravam com Geovanna. "No sábado, nós vimos carros estranhos rondando a nossa casa e resolvemos sair de lá. A gente se sente muito ameaçado, porque o caso tomou uma repercussão grande", explicou Adenildo Barros, 28, pai da vítima.

"Espero que os bandidos sejam encontrados e paguem em dobro o que fizeram com a minha neta. Nossa família nunca fez mal para ninguém, para passar por tudo isso", afirmou o avô de Geovanna, Reginaldo Grimoaldo.

“Queremos que o Estado dê cobertura psiquiátrica para a família e sustente os pais, enquanto eles não puderem trabalhar, por causa do sofrimento. Se o caso tivesse sido na Zona Sul, se fosse uma criança num carro importado no Leblon, a cidade estava parada”, afirmou Antônio Carlos Costa, presidente da ONG Rio de Paz, entidade ligada ao Departamento de Informação Pública da ONU (Organização das Nações Unidas), e coordenador da manifestação.

"Lá em Belford Roxo, as pessoas que presenciaram  o crime se recusaram a dar informações de tanto medo que elas têm do poder paralelo", completou Costa. (Com reportagem de Júlia Affonso)