Assistente de acusação diz suspeitar que coronel da PM planejava morte de namorado de Patrícia Acioli
O assistente de acusação do caso Patrícia Acioli, Técio Lins e Silva, afirmou suspeitar que o coronel Cláudio Oliveira, acusado pelo Ministério Público de ser o mandante do assassinato da juíza, em agosto de 2011, estivesse planejando também a morte do namorado da vítima, o PM Marcelo Poubel.
Poubel fazia parte da escolta da magistrada, que foi retirada pelo próprio Oliveira em função de uma suposta retaliação contra a atuação da vítima no combate à corrupção policial em São Gonçalo, cidade na qual ela era titular da 4ª Vara Criminal.
O CASO EM NÚMEROS
11
PMs
Foram denunciados pelo crime, dos quais dez por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha.
1
PM
Foi denunciado apenas por homicídio, já que, segundo o MP, ele atuou como informante do grupo, o que não configuraria formação de quadrilha.
3
PMs
Serão julgados no dia 29 de janeiro de 2013. São eles: Junior Cezar de Medeiros, Jefferson de Araújo Miranda e Jovanis Falcão Junior.
7
PMs
Ainda esperam resultados de recursos.
21
tiros
Foram disparados contra a juíza Patrícia Acioli na noite do dia 11 de agosto de 2011.
Lins e Silva questionou o ex-chefe de investigação da DH (Divisão de Homicídios) a respeito da possível intenção de Cláudio Oliveira. Segundo a testemunha, a DH soube de informações que indicavam que o ex-comandante do 7º BPM plantaria armas com um contraventor, mas não falou a fundo sobre a denúncia.
No início do ano passado, uma pistola usada no crime foi encontrada pela Polícia Federal no Morro São José Operário, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro.
Ainda segundo o ex-chefe de investigação da Divisão de Homicídios, Oliveira recebia dinheiro de extorsões feitas pelos policiais do batalhão.
"Os policiais do 7º BPM pegavam dinheiro de traficantes de São Gonçalo e dividiam por dez: nove do Gat e o coronel. O tenente Daniel Benitez era o responsável por dar a parte do Cláudio Oliveira", explicou.
De acordo com o inspetor Ricardo Henrique Moreira, da 72ª DP, que trabalhava com Acioli, os policiais do Gat integravam um grupo de extermínio e se autointitulavam "Bonde dos Neuróticos". Eles sequestravam, extorquiam e matavam pessoas, entre elas traficantes, em São Gonçalo.
Entenda o caso
De acordo com a investigação da Divisão de Homicídios, dois PMs foram responsáveis pelos 21 disparos que mataram Patrícia Acioli: o cabo Sérgio Costa Júnior e o tenente Daniel Santos Benitez Lopez, que seria o mentor intelectual do crime, a mando do tenente-coronel Cláudio Oliveira.
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Outros oito policiais militares teriam realizado funções operacionais no planejamento do assassinato e responderão por formação de quadrilha e homicídio.
Apenas Handerson Lents Henriques da Silva, que seria o suposto informante do grupo, não foi denunciado por formação de quadrilha.
O assassinato de Patrícia Acioli se deu por volta de 23h55 do dia 11 de agosto de 2011, quando ela se preparava para estacionar o carro na garagem de casa, situada na rua dos Corais, em Piratininga, na região oceânica de Niterói.
Benitez e Costa Júnior utilizaram uma motocicleta para seguir o veículo da vítima. Algumas horas antes de morrer, a magistrada havia expedido três mandados de prisão contra os dois PMs, réus em um processo sobre a morte de um morador do Morro do Salgueiro, em São Gonçalo.
A juíza era conhecida no município por adotar uma postura combativa contra maus policiais. Segundo a denúncia do MP, o grupo seria responsável por um esquema de corrupção no qual ele e os agentes do GAT recebiam dinheiro de traficantes de drogas das favelas de São Gonçalo.
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