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Mulher que sofreu parada cardíaca em lipoaspiração tem sangue em apenas 1% do cérebro, dizem médicos

Nayara, 26, sofreu parada cardiorrespiratória durante lipoaspiração em São Carlos (SP) - Arquivo pessoal
Nayara, 26, sofreu parada cardiorrespiratória durante lipoaspiração em São Carlos (SP) Imagem: Arquivo pessoal

José Bonato

Do UOL, em Ribeirão Preto (SP)

31/01/2013 16h30

A manicure Nayara Cristina Patracão, 24, que sofreu parada cardiorrespiratória durante lipoaspiração, permanece há 25 dias internada na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) da Casa de Saúde de São Carlos (232 km de São Paulo).

O estado de saúde da jovem, segundo a assessoria de imprensa do hospital, é grave, porém estável. Nayara respira com a ajuda de aparelhos e, segundo exame angiográfico realizado pelo hospital, apenas uma área equivalente a 1% do cérebro da manicure recebe irrigação sanguínea.

O hospital chegou a informar no último dia 14 que Nayara apresentava quadro de morte cerebral. Parentes da manicure não aceitaram o diagnóstico e, por intermédio de um neurologista indicado por um médico amigo da família, foi constatado, no dia 16, que a jovem ainda vivia, apesar da gravidade do caso.

“Para Deus nada é impossível. Acreditamos muito que ela, mais dia menos dia, vai voltar”, afirmou nesta quinta-feira (31) Geralda Patracão, 66, avó de Nayara. Ela disse que familiares, que são de Descalvado (243 km de São Paulo), vão todos os dias ver a jovem na UTI. “Não está sendo uma experiência fácil para nós.”

Autoestima

Nayara foi transferida para a Casa de Saúde de São Carlos no dia 7 de janeiro, após sofrer uma parada cardíaca durante uma cirurgia de lipoaspiração, feita em Descalvado. A cirurgia foi um presente de Natal da mãe, Mara Francischini.

A jovem, que havia dado à luz um menino fazia oito meses, queria retirar excesso de gordura do abdome e das costas para melhorar a autoestima, segundo familiares. Ela também é mãe de uma menina de quatro anos de idade. O garoto está sob os cuidados de uma tia e, a filha, da avó materna.

O médico que realizou o procedimento, Vicente Ciarrochi, afirma que o caso foi uma fatalidade, pois exames preliminares teriam apontado que Nayara reunia as condições de saúde necessárias para a intervenção médica. O médico que diagnosticou a morte cerebral, Francisco Márcio de Carvalho, não comenta o caso por razões éticas.