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Médium considerado sucessor de Chico Xavier morre em Uberaba (MG)

Renata Tavares

Do UOL em Uberlândia

26/02/2013 20h43

O médium Celso de Almeida Afonso morreu aos 72 anos na madrugada de hoje em Uberaba (475 km de Belo Horizonte). Ele era natural de Araxá (374 km de Belo Horizonte). Celso Afonso era considerado pelos uberabenses como o sucessor de Chico Xavier na doutrina espírita, ainda que ele negasse ter esse título. Amigos dele contam que Afonso dizia que era aluno de Chico Xavier. “Ele nunca gostou que dissessem isso”, disse Cesar Carneiro Souza, amigo de Celso há 20 anos.

Vítima de um câncer no fígado que passou para o esôfago, Celso fazia tratamento há um ano. O estado de saúde dele piorou, segundo o amigo da família Mauro Humberto Elias, depois que ele caiu e fraturou a perna. “Ele estava se recuperando do câncer quando isso aconteceu. Há poucos meses precisou voltar para a quimioterapia e ficou mais debilitado”, disse.

Celso, que começou suas atividades como médium aos 22 anos, é autor de 35 livros e psicografou pelo menos 20 mil cartas. Entre elas estão as dos pais de Mauro Elias. “Foi uma emoção muito grande. Eu recebi e meus irmãos também."

Mauro Elias conta que Celso começou a psicografar depois de ouvir de Chico Xavier que ele precisava ajudar outras pessoas. “O Chico sempre acreditou no Celso. Uma vez ele disse que Celso era orgulhoso por não querer psicografar, foi então que ele começou."

César Souza conta que as psicografias foram feitas em oito idiomas diferentes e que Celso tinha apenas o ensino primário. “Era um dom mesmo. Algo que era sincero e honesto."

Uma das características do médium era a benevolência. Segundo Mauro Elias, toda a verba arrecadada com a venda dos livros foi doada. “Era uma pessoa muito boa. Sentimos muito a partida dele”, disse. 

Para o amigo César Souza, a morte foi uma perda para quem convivia com ele. “É uma coluna que cai, mas outra surgirá. Quem conhece a doutrina sabe que ele estará entre nós”.

O enterro foi por volta das 17h de hoje e reuniu centenas de pessoas que admiravam o trabalho dele no centro espírita Aurélio Agostinho. A reportagem tentou falar com a família dele, que preferiu não se pronunciar.