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Em pouco mais de uma hora, Rio tem metade da chuva esperada para março

As obras do estádio do Maracanã amanheceram alagadas após a forte chuva que atingiu o Rio - Luiz Roberto lima/Futura Press
As obras do estádio do Maracanã amanheceram alagadas após a forte chuva que atingiu o Rio Imagem: Luiz Roberto lima/Futura Press

Carolina Farias

Do UOL, no Rio

06/03/2013 14h05

Em pouco mais de uma hora, na noite de terça-feira (5), choveu a metade do esperado para o mês de março na série histórica de chuvas no Rio de Janeiro. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o acumulado foi de 66,6 mm de chuvas, quando a média de 106 anos para o município é de 132,8 mm.

A tempestade, que veio acompanhada de rajadas fortes de ventos, deixou a cidade um caos e causou quatro mortes. No início da tarde quarta-feira (6), 12 bairros do Rio ainda tinham trechos sem luz e partes de sete municípios da Baixada Fluminense também estavam sem energia.

De acordo com o meteorologista do Inmet Lúcio de Souza, a tempestade foi causada por um fenômeno conhecido como pré-frontal, que antecede a chegada de uma frente fria, que ainda está no sul do Estado de São Paulo, a caminho do Rio. “Essa linha de instabilidade do pré-frontal, aliado ao forte calor de 38° C que fez na sexta (1) e ao alto nível de umidade, gerou essa chuva”, afirmou o meteorologista.

Souza diz que temporais assim, que se formam rapidamente, são típicos do verão e que não há nenhuma anormalidade na tempestade. Na manhã de terça-feira, disse o meteorologista, o órgão havia previsto chuvas e gerou um aviso de atenção para chances de temporal. Mas, no período da tarde, a situação mudou rapidamente e o órgão informou sobre o risco máximo de tempestade. “Nesta quarta há previsão de pancadas de chuva para o final da tarde e início da noite”, completou Souza.

Falta de luz

A tempestade que atingiu a cidade na noite de terça-feira veio acompanhada de fortes rajadas de ventos, que derrubaram árvores, deixando a situação ainda mais caótica. Uma das regiões mais afetada pelos estragos é a da Tijuca, na zona norte, que registrou 86,2 mm de chuva, o que significa 72% da média histórica do Alerta Rio (órgão da prefeitura) para o bairro. 

De acordo com a Light, distribuidora de energia, até o início da tarde o fornecimento de energia estava interrompido em trechos de bairros como Jardim Botânico e Botafogo, na zona sul; Campo Grande, Santa Cruz e Jacarepaguá, na zona oeste; Tijuca, Ilha do Governador, Pavuna, Penha e Méier, na zona norte; Santa Teresa e Catumbi, no centro. Na Baixada Fluminense, parte de bairros dos municípios de Duque de Caxias, Mesquita, Nova Iguaçu, Itaguaí, Belford Roxo, Queimados e São João de Meriti ainda estão sem luz.

Caos

Além de árvores, o volume de chuvas deixou bairros alagados, ruas submersas e vários bairros sem luz. A queda de árvores e a forte ventania, que espalhou objetos e lixo pelas ruas, alterou o tráfego do metrô da Pavuna, que passou a ser feito com transferência em Estácio, na linha 2.

Já na linha 1, as estações Afonso Pena, São Francisco Xavier e Saens Pena, na Tijuca, zona norte, ficaram fechadas por problemas de energia e alagamento externo e os trens foram somente até o Estácio. Por volta das 1h, as estações foram reabertas e funcionaram até a Estação Siqueira Campos até às 2h. O sistema reabriu hoje às 5h, sem problemas, com todas as linhas funcionando normalmente.

Segundo a concessionária que administra o Teleférico do Alemão, na zona norte, o serviço foi fechado às 19h18, assim que a chuva começou por causa dos fortes ventos. O equipamento voltou a funcionar no fim da manhã desta quarta.