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Imagens de câmera de segurança levam à prisão ex-marido acusado de matar empresária em Curitiba

Carlos Kaspchak

Do UOL, em Curitiba

21/03/2013 15h38

A análise das imagens de uma câmera de segurança foram fundamentais para esclarecer o assassinato da empresária Bernadete Dolores Dulla Zella, 43, que aconteceu no último domingo (17), em Curitiba (PR).

A Polícia Civil prendeu, na terça-feira (20), o ex-marido da vítima, João Carlos Soczek, 43, e Jeferson Aparecido de Paula, conhecido como Jefinho, 27, como responsáveis pelo assassinato. Bernadete foi morta com três tiros na nuca e teve dedos e costelas quebrados após ter sido amarrada e amordaçada durante o sequestro.

“O ex-marido cometeu vários erros na tentativa de encobrir o crime, e quando comparamos as imagens da câmera de segurança do dia do assalto com outras anteriores em que ele aparecia, ficou evidente que tinha sido ele o responsável”, disse ao UOL o delegado Amarildo Antunes, da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba.

Nas imagens, aparecem dois homens, um deles usando uma camiseta amarela, rendendo a empresária, que depois acabou assassinada. “João Soczek é um assassino dissimulado, frio e calculista, mas se deu mal”, disse o delegado.

O delegado disse que teve certeza da autoria do crime quando João Soczek foi até a delegacia prestar depoimentos.

“Eu e os investigadores ficamos intrigados. O jeito de ele andar era muito parecido com o que vimos nas imagens do assalto. Então, decidimos mostrar aos familiares e para outras testemunhas as imagens. E todos disseram que o assaltante lembrava muito o João pela forma de andar”, explicou Antunes.

Segundo Antunes, vários indícios e depoimentos apontavam para o ex-marido como sendo o autor do crime. “Ele negou várias vezes, até que, ao vestir uma camiseta amarela similar à usada no momento do homicídio, ele confessou [o crime]”, disse o delegado.

Antunes afirma que outro fato ajudou a esclarecer a autoria do crime. “Descobrimos que, na sexta-feira (15), o ex-marido havia levado uma amigo (Jefinho) para conhecer a panificadora. Comparamos as imagens das duas cenas e descobrimos características semelhantes entre os dois bandidos e os dois homens que estiveram lá na sexta. O jeito de andar e o braço de um deles faziam com que muitos parentes imaginassem que era o ex-marido”, contou Antunes.

O delegado disse que um dos filhos do casal reconheceu a camiseta amarela como sendo igual a do pai. “Durante o crime, o homem veste uma camiseta amarela e coloca outra sobre a cabeça para se proteger. Depois, descobrimos que Soczek jogou fora todas as roupas usadas no crime, mas uma terceira camiseta foi encontrada na casa dele”.

Empresária foi assassinada no último domingo (17)

Bernadete Zella foi morta com três tiros na nuca depois de ter sido sequestrada na noite do domingo (17) por dois homens armados que invadiram a panificadora e levaram um cofre, duas televisões e outros objetos.

Na ação, a filha da empresária foi amarrada e deixada trancada em um cômodo da casa, que fica nos fundos do estabelecimento. O corpo da vítima foi encontrado na madrugada de segunda-feira (18) em Campo Magro, município da região metropolitana de Curitiba.

Casal tinha histórico de brigas e ocorrências policiais

O delegado também afirmou que o histórico de brigas do casal, com vários boletins de ocorrência registrados, e o fato deles estarem separados e disputando na Justiça a partilha dos bens, foi importante para esclarecer o caso.

“Mas houve um fato grave omitido. Bernadete já tinha sido sequestrada há seis anos, mas na época não registrou boletim de ocorrência. Se tivéssemos investigado antes, quem sabe essa tragédia não poderia ter sido evitada?”, disse Antunes.

A filha mais velha do casal, que não quis se identificar, disse que espera que a Justiça cumpra o seu papel e condene os responsáveis pela morte da mãe. “Quero que ele apodreça na cadeia”.