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Para delegado, versão de que partes de Eliza foram atiradas a cães é mentirosa

Delegado Edson Moreira (centro), responsável pelo inquérito policial do desaparecimento e morte de Eliza Samudio - Carlos Eduardo Cherem/UOL
Delegado Edson Moreira (centro), responsável pelo inquérito policial do desaparecimento e morte de Eliza Samudio Imagem: Carlos Eduardo Cherem/UOL

Rayder Bragon e Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Contagem (MG)

24/04/2013 17h31Atualizada em 24/04/2013 20h49

O ex-delegado Edson Moreira, responsável pela chefia das investigações sobre o sumiço de Eliza Samudio, negou na tarde desta quarta-feira (24) que a mão da ex-amante do goleiro Bruno, condenado a 22 anos pelo sequestro e morte da ex-modelo, teria sido arrancada e jogada aos cães. Ele depõe no julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de ser o executor de Eliza Samudio.

Segundo a investigação, Jorge Luiz Lisboa Rosa, uma das principais testemunhas do caso que colaborou com a polícia, a mão de Eliza teria sido jogada a cães da raça rottweiller, pelo ex-policial, na cidade de Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com a primeira versão de Rosa, que era menor de idade em 2010, ele e Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, também condenado pelo crime, teriam levado Eliza e o filho dela até a casa de Bola. No local, a moça supostamente foi morta por asfixia e esquartejada.   

“Nós estamos diante de um especialista na arte de matar e dissimular [referindo-se a Bola]. Então, [ele] asfixiou a vítima, quase não saiu sangue. Ele pediu aos dois [Macarrão e Rosa] que saíssem do recinto, que ele ia picar a vítima”, disse Moreira.

“Passou-se um tempo. O autor [Bola] sai simulando que tinha picado a vítima e fala: 'olha a mão dela', e joga no canil. Os dois saem correndo do local. Aquilo foi um dissimulação do autor, que não queria que eles soubessem onde o corpo seria jogado para que, no futuro, [caso a polícia os interrogasse] pudesse desacreditar as testemunhas”, disse o ex-policial.

Os cães de Bola chegaram a ser alvo de perícia feita pela Polícia Civil mineira, mas não se comprovou que eles teriam ingerido carne humana.