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Bruno é proibido de tomar banho de sol e de receber visitas por 30 dias em Minas Gerais

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

30/04/2013 13h13

O goleiro Bruno Fernandes, condenado a 22 anos pela morte de Eliza Samudio, teve suspenso o direito ao banho de sol diário e ao de receber visitas, pelo prazo de 30 dias, após reunião da Comissão Disciplinar Interna da penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte).

A comissão analisou a situação do jogador, suspenso do trabalho por tempo indeterminado desde o último 1º de abril, sob acusação de ter feito ameaças verbais a dois outros presos e a um agente penitenciário na lavanderia da penitenciária. O motivo das ameaças não foi revelado, e Bruno continuará afastado das atividades, sem previsão de retorno.

Conforme a secretaria de Estado de Defesa Socia (Seds), a nova punição, que passou a valer desde a última sexta-feira (26), foi reflexo do episódio envolvendo o goleiro, os detentos e o agente. O jogador trabalhava no local apenas para ter direito a remição da pena, segundo nota divulgada pela secretaria.

Ainda de acordo com o texto, a comissão disciplinar é formada por diretores, psicólogos, assistentes sociais e um assistente técnico jurídico da unidade prisional. A reunião contou também com a presença do advogado do detento e foi feita nesta segunda-feira (29).

O UOL tentou contato com Lúcio Adolfo da Silva, que defende Bruno, mas não conseguiu.

Carta

Em julho do ano passado, o goleiro havia sido suspenso do trabalho de faxina que realizava no pavilhão onde estava confinado e recebia remuneração pela função. O castigo foi determinado após Bruno ter enviado uma carta a um programa de televisão local, por intermédio de Rui Pimenta, seu advogado à época, sem que a correspondência tivesse passado pelos trâmites exigidos na penitenciária, de acordo com a Seds.

Ele também teve suspenso o direito ao banho de sol e ao de visitas por vinte dias. Após o fim da punição, o goleiro não retornou mais ao trabalho de faxina. A carta tinha sido entregue a um apresentador de programa da TV Alterosa, afiliada do SBT. Nela, o jogador havia afirmado não ter ordenado a morte de Eliza Samudio, fez referências a Deus e disse que iria assumir a paternidade do filho da ex-amante.

De acordo com nota divulgada pela Seds, na época da punição, o goleiro “cometeu erro disciplinar ao ignorar as regras de segurança do Complexo Penitenciário Nelson Hungria e enviar, fora dos trâmites legais, uma carta ao público externo à unidade, por meio de seu advogado”.

Conforme o texto, a carta não havia passado pelo crivo de departamento específico que registra as correspondências destinadas aos presos e aos familiares deles e ainda confere o teor delas. A defesa do jogador tinha negado a existência das irregularidades.