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Polícia atribui fechamento do comércio no Alemão a boato sobre a morte de líder de facção no Rio

Disque-Denúncia do Rio de Janeiro oferece R$ 5.000 por prisão do traficante Luciano Martiniano da Silva, conhecido como Pezão - Divulgação/Disque-Denúncia
Disque-Denúncia do Rio de Janeiro oferece R$ 5.000 por prisão do traficante Luciano Martiniano da Silva, conhecido como Pezão Imagem: Divulgação/Disque-Denúncia

Paula Bianchi

Do UOL, no Rio

23/05/2013 19h33

A CPP (Coordenadoria de Polícia Pacificadora) suspeita que o fechamento do comércio e de escolas no Complexo do Alemão e em parte do Complexo da Penha nesta quinta-feira (23) pode ter sido causado por boatos espalhados na favela sobre a morte de Luciano Martiniano da Silva, o “Pezão”, um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho. Ele teria sido morto no Paraguai, em uma operação conjunta da Polícia Federal com o governo do país, na última terça-feira (21).

Segundo a CPP, canais de inteligência estão tentando confirmar a informação. O comando das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) acredita que apenas a morte de Anderson Simplício de Mendonça,  o "Orelha", 29, baleado em um tiroteio entre traficantes e policiais da Polícia Pacificadora na quarta-feira à noite, não seria suficiente para levar o tráfico a ordenar o fechamento das portas na comunidade.

Pezão é um dos últimos chefes do tráfico no Alemão que permanece em liberdade. O Disque-Denúncia oferece R$ 5.000 por informações sobre o seu paradeiro. Ele é procurado por roubo, formação de quadrilha e tráfico, entre outros crimes. 

O traficante também é um dos acusados de matar o agente de saúde da prefeitura Júlio Baptista Almeida da Silva Barros em julho de 2009, que foi confundido com um estuprador que agia no bairro de Higienópolis, no Complexo do Alemão. Barros foi morto a tiros e teve o corpo queimado em um local conhecido como micro-ondas, na comunidade Nova Brasília.

Na terça-feira (21), agentes da Polícia Federal participaram de uma operação deflagrada pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai) na cidade paraguaia de Bella Vista Norte, com o objetivo de cumprir mandados de busca e de prisões de pessoas suspeitas da prática de crimes região de fronteira com o Brasil. Segundo informações da Senad, dez pessoas foram presas, suspeitas de integrarem facções criminosas no Rio de Janeiro. 

A princípio, o fechamento do comércio havia sido atribuído a ordens do tráfico devido à morte de “Orelha”, resultado de um confronto entre policiais da UPP que patrulhavam o alto do morro e traficantes na quarta-feira (22) à noite.

O suspeito foi socorrido pelos policiais, que o levaram à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da comunidade, mas não resistiu aos ferimentos. Com Mendonça, foram apreendidas armas e munições. A ocorrência foi registrada na 22ª DP (Penha).

A ação levou a corporação a reforçar o policiamento na região, que conta com o apoio de policiais de outras UPPs.

Como medida de segurança, as diretoras das escolas estaduais Jornalista Tim Lopes, em Ramos, Gomes Freire de Andrade, na Penha, e Caic Theophilo de Souza Pinto, em Bonsucesso, resolveram, segundo a Secretaria de Educação, suspender as aulas nos três turnos. Uma escola municipal e outras seis creches também tiveram as aulas suspensas, deixando 5.406  alunos sem aula. A UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) funcionou normalmente.