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PF diz ainda não ter recebido pedido de apoio para desocupar Belo Monte

Alex Rodrigues

Da Agência Brasil, em Brasília

29/05/2013 20h18

Encerrado o prazo para que os índios deixassem pacífica e voluntariamente o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará, a Justiça ainda não solicitou à Polícia Federal apoio para desocupar o local. De acordo com pessoas ouvidas pela Agência Brasil, há, além de policiais federais, homens da Força Nacional, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar paraense monitorando a ocupação, que começou na madrugada desta segunda-feira (27).

Segundo o superintendente da PF no Pará, delegado Valdson José Rabelo, os agentes federais que se encontram no Sítio Belo Monte, canteiro localizado a 55 quilômetros de Altamira (PA), estão lá para garantir a integridade física e a segurança dos oficiais de Justiça e de outros servidores públicos que estejam cumprindo suas funções.

Rabelo explicou que a ação policial depende da requisição do oficial de Justiça encarregado de cumprir a sentença do juiz federal Sérgio Wolney de Oliveira Guedes, da subseção judiciária de Altamira (PA). Ontem (28) a tarde, o magistrado concedeu um prazo de 24 horas para que a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a União convencessem os índios a saírem pacífica e voluntariamente do  canteiro. Os índios, hoje (29), recorreram da decisão, mas o juiz manteve sua sentença inicial. O prazo terminou às 17h30.

“Não recebi [da delegacia da PF em Altamira] a informação de que o oficial de Justiça já tenha requisitado reforço policial para cumprir a reintegração de posse”, disse o superintendente à Agência Brasil. Rabelo garantiu que, por se tratar de uma ação que requer “certo cuidado”, assim que o oficial de Justiça pedir apoio policial à delegacia em Altamira, isso terá que ser comunicado à superintendência.

“Iremos avaliar a situação e decidir as ações que terão que ser executadas e a melhor forma de tentarmos cumprir a decisão judicial com o menor transtorno possível. O que esperamos é que não seja necessário o emprego da força, que, como na última ocupação, no início do mês, quando os índios deixaram o local pacificamente, haja bom senso e o grupo deixe o canteiro”, acrescentou o superintendente.