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Polícia de GO indicia 17 PMs por envolvimento em grupo de extermínio há 13 anos

Lourdes Souza

Do UOL, em Goiânia

08/07/2013 16h45

Dezessete policiais militares foram indiciados por envolvimento em um grupo de extermínio, que atuava em Goianira, a 22 quilômetros de Goiânia. O inquérito policial indicia também outras sete pessoas --ao todo foram 24 indiciados-- por 18 assassinatos e três ocultações de cadáveres.

As investigações mostraram que o grupo, que comandava o tráfico de drogas no município, jogava os mortos no rio Meia Ponte ou em cisternas, utilizados como cemitérios clandestinos. Os corpos eram estripados para acelerar a decomposição.

Segundo o chefe do Gerco (Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado) da Polícia Civil, delegado Alexandre Pinto Lourenço, as prisões são resultados da Operação Resgate deflagrada em 9 de maio, quando os envolvidos tiveram as prisões temporárias decretadas. A quadrilha cometia os assassinatos contra dissidentes e devedores do tráfico de drogas. Mas a polícia apura ainda se há outros homicídios cometidos pelo grupo.

Lourenço diz que o grupo conduzia o tráfico com "mão forte". “Quando ocorria alguma dissidência ou algum traficante queria ocupar espaço que não lhe era permitido, ele efetivamente era eliminado”. De acordo com o delegado, há também indícios de pistolagem.

Os 24 envolvidos no grupo de extermínio vão responder por formação de quadrilha armada, homicídio, ocultação de cadáver, tortura, roubo/extorsão, receptação, porte ilegal de armas, tráfico de drogas, associação para o tráfico e violação do sigilo funcional.

O inquérito foi encaminhado para o Ministério Público. As investigações começaram no dia 4 de maio, após denúncias de um dos integrantes da quadrilha, e apontaram que os crimes ocorriam há 13 anos.

Na delegacia da cidade, havia dez inquéritos em andamento relacionados aos crimes cometidos pela quadrilha e outros 13 boletins de ocorrência. Na apuração das denúncias, um cadáver foi localizado e várias armas foram apreendidas.

A Polícia Militar afastou das ruas os policiais indiciados na operação, que agora atuam administrativamente. A corregedoria abrirá processos administrativos disciplinares contra os policiais, que podem até ser expulsos da corporação.