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Papa usou helicóptero para fugir de local de manifestação, diz Vaticano

Carolina Farias

Do UOL, no Rio

22/07/2013 21h57

O último trecho do trajeto do papa Francisco no fim da tarde desta segunda-feira (22), em seu primeiro dia de visita ao Rio, foi feito de helicóptero para que o pontífice e sua comitiva não se deparassem com a manifestação no entorno do Palácio da Guanabara, na zona sul da capital, onde houve uma cerimônia de boas-vindas. A informação foi dada pelo padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.  Segundo ele, a decisão foi tomada nesta segunda.

"Foi uma decisão das autoridades brasileiras fazer esse percurso de helicóptero. A mudança foi nesse último dia", disse Lombardi.

O papa embarcou no helicóptero da FAB (Força Aérea Brasileira) por volta de 17h40 no Terceiro Comando Regional, no Castelo, no centro. Por volta de 17h50, ele chegou ao campo do estádio das Laranjeiras, do Fluminense. Um protesto ocorreu durante a tarde desta segunda no Largo do Machado, próximo ao local da cerimônia.

Lombardi chamou de erro no trajeto um trecho da rota feita pela comitiva no centro da cidade. O carro do papa seguiu por uma das vias da avenida Presidente Vargas que não estava fechada para o trânsito. Com isso, o carro, um Fiat Idea, de onde o papa acenava para o público com os vidros abertos, foi cercado por pessoas que aguardavam sua passagem.

"Teve um erro no percurso, mas foi uma experiência extraordinária [para o papa] de aproximação dos jovens, do povo. O secretário [do pontífice] ficou com medo, a segurança ficou preocupada, mas o entusiamo do povo foi tão grande que não estamos com medo",disse Lombardi.

O secretário municipal de Transportes do Rio, Carlos Osório, disse que a prefeitura não sabia que o papa Francisco passaria pela Avenida Presidente Vargas. "Não entendemos por que colocaram o papa naquele trajeto. Não houve comunicação à prefeitura. Foi uma decisão da Polícia Federal e não sabíamos sequer se o papa iria de helicóptero ou de carro", afirmou Osório.

O porta-voz do Vaticano não descartou que a organização faça alguns ajustes após o incidente, porém, não quis explorar o problema.

"Não é tão trágico. Temos essa situação e alguns ajustes podem ser feitos, vamos considerar a situação. Mas o papa não está preocupado, não tinha perigo real. A situação foi difícil, mas conseguimos resolver. Vimos que o papa é querido. Não quero piorar a situação falando disso", disse o porta-voz.

Outro momento inesperado para a comitiva aconteceu antes da chegada ao Brasil. Segundo Lombardi, o papa Francisco passou minutos na cabine do comandante da aeronave que o trouxe aqui."Ficamos com medo, não sabíamos se seria bom ele fazer isso".

Secretário não relaciona visita do papa a bomba achada em Aparecida

A inclusão da viagem ao Santuário Nacional de Aparecida na quarta-feira (24) foi uma exigência de Francisco, segundo o porta-voz. "O papa tem uma grande devoção mariana e quando a viagem se confirmou ele pediu para a organização inserir a peregrinação a Aparecida", disse Lombardi.

No domingo (21), seguranças da basílica encontraram um saco plástico com material explosivo dentro de um dos banheiros públicos do santuário. O material aparentava ser uma bomba artesanal, porém, segundo o porta-voz, a informação não preocupou a segurança do pontífice.

"Não estamos preocupados, não tem nenhuma conexão com a visita do papa", disse.