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Tênis velho e água são segredos para peregrino suportar caminhada de 13 km para encontrar papa

Carolina Farias

Do UOL, do Rio

22/07/2013 06h00

Para chegar ao Campus Fidei, em Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro, onde o papa Francisco se encontrará com cerca de 2 milhões de jovens do mundo inteiro, os peregrinos da JMJ (Jornada Mundial da Juventude) terão de caminhar 13 km. É quase o mesmo que andar de Copacabana, na zona sul, até o começo da Barra de Tijuca, zona oeste, ou de Ipanema até São Cristóvão, na zona norte.

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  • Arte/UOL

Em comparação com a edição de 2011 da JMJ --que aconteceu em Madri, na Espanha--, os participantes terão que andar 4 km a mais. Para evitar o cansaço extremo, desidratação e outros problemas de saúde, os peregrinos precisam tomar alguns cuidados para fazer o percurso sem prejudicarem a saúde. As medidas valem principalmente para aqueles que não praticam exercícios físicos com regularidade.

A professora Danielle Tavares, 27, de Campos dos Goytacazes, norte do Estado, sabe que terá dificuldades para enfrentar a caminhada. "Nunca andei 13 km. Já comprei um tênis. Espero que dê tudo certo".

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O principal item para evitar dores na coluna e nas pernas é um bom tênis. Esse calçado, se confortável, também não trará bolhas, um dos maiores tormentos de quem caminha ou corre grandes distâncias, como explica Othon Luiz Brum, coordenador da câmara técnica de fisioterapia traumato-ortopédica do Cofito 2 (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional).

"É muito comum os jovens comprarem roupa ou sapato novos quando viajam. O problema é que o calçado novo não é bom, pode machucar. Tem que fazer [a peregrinação] com tênis que já tem, ou, se for novo, que já esteja adaptado aos pés", disse o fisioterapeuta.

Calçados novos costumam provocar bolhas quando usados em percursos longos, explica Brum, e essas formações podem causar consequências dolorosas em outras partes do corpo, além dos pés.

"Quando você está com uma bolha no pé você tende a apoiar mais na outra perna, joga o peso para o outro lado. Isso vai gerar dores na coluna e na perna que suportou mais peso", explica o especialista.

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Como terão de levar água para consumo próprio durante o trajeto, além de apetrechos para passar a noite no acampamento do Campus Fidei, o fisioterapeuta recomenda o uso de mochilas, que distribuem melhor o peso nas costas.

Comer alimentos gordurosos ou que não estejam na dieta regular do peregrino também é um risco. "O ideal é comer alguma coisa leve umas duas horas antes. Também é bom levar frutas, principalmente as secas, para comer no caminho", explicou.

Um dos segredos também para evitar que o corpo fique debilitado é a hidratação, como explicou o diretor técnico da rede de academias Bodytech, Dudu Netto, porque o corpo perde muito líquido com a transpiração. 

"A cada 20 ou 30 minutos é bom tomar de 250 a 300 ml de água. Para evitar a hipoglicemia, também é bom levar uma bebida energética", explica Netto.

Para os peregrinos desacostumados às atividades físicas, as paradas de descanso para recuperar o fôlego são ainda mais necessárias. "É bom descansar, mas o mais importante é ir no seu ritmo, na sua possibilidade. Respeitar seu limite", afirmou Netto.

 

Após o percurso percorrido, os músculos das pernas, principalmente da panturrilha, e da coluna lombar devem ser alongados. "Para quem não está acostumado com exercícios, o alongamento ameniza a dor do dia seguinte", explica Netto.

Bonés e qualquer tipo de acessório que proteja a cabeça do sol também são recomendados pelos especialistas, além de roupas leves. Camisetas ou camisas escuras esquentam mais o corpo, e provocam maior perda de líquido, então devem ser evitadas.

A tendência para o tempo nos dias 27 e 28, segundo o Cpte/Inpe (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), é de temperaturas entre 22° C e 25° C durante o dia, e 16° C e 19° C à noite.