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Hormônios para animais eram vendidos para uso em pessoas no interior de SP; irmãos foram presos

Medicamentos falsificados foram apreendidos com dupla de Franca  - Divulgação
Medicamentos falsificados foram apreendidos com dupla de Franca Imagem: Divulgação

José Bonato

Do UOL, em Ribeirão Preto (SP)

31/07/2013 12h00

Dois proprietários de uma academia de ginástica foram presos nessa terça-feira (30) acusados de venderem anabolizantes e receitas médicas falsificadas em Franca (400 km de São Paulo). A polícia encontrou na academia e na casa de um deles anabolizantes, hormônios para animais, carimbo de um médico para falsificar receitas, seringas e R$ 9.000 em dinheiro.

Os imóveis estão localizados nos bairros Vila Aparecida e Jardim Bueno, que são contíguos e de classe média. A academia foi lacrada, e um veículo usado na entrega dos produtos foi apreendido. O médico cujo nome consta no carimbo é de Santos (72 km de São Paulo) e afirmou que desconhece os acusados e jamais esteve em Franca.

“A casa era usada para ocultar as substâncias, e a academia, para a venda e a aplicação dos produtos”, afirma o delegado da Polícia Civil Leopoldo Novais, 34, titular do 3º Distrito Policial. Se condenados, os acusados, que são irmãos e cujos nomes não foram informados, podem pegar de 10 a 15 anos de prisão por crime contra a saúde pública e falsificação de documento particular.

De acordo com o delegado, parte dos anabolizantes é falsificada e tem o Paraguai como origem. “Nós prendemos uma dupla no início do ano pela mesma prática. Com a prisão, os irmãos assumiram o comércio em Franca no lugar dessa dupla presa.”

Cavalos

Entre os medicamentos achados com os acusados está um broncodilatador utilizado em cavalos. “Até para os animais esses remédios são de uso controlado e vinham sendo usados em seres humanos”, disse o Novais.

De acordo com Fernando Chueire, 46, médico da divisão de nutrologia do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), o uso de anabolizantes é perigoso e pode provocar complicações no fígado e nos rins. “Essa prática pode evoluir para a falência do fígado e, eventualmente, a morte”, afirma.

Os irmãos, que têm 26 e 30 anos, estão presos no CDP (Centro de Detenção Provisória). A polícia disse esperar concluir o inquérito em dez dias e remeter o resultado para o Ministério Público.