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Ato contra Alckmin e Cabral termina em confronto na Assembleia Legislativa e ao menos 3 feridos

Guilherme Balza

Do UOL, em São Paulo

02/08/2013 19h49Atualizada em 03/08/2013 07h35

Um protesto na noite desta sexta-feira (2) contra os governadores de São Paulo e do Rio de Janeiro --Geraldo Alckmin (PSDB) e Sérgio Cabral (PMDB), respectivamente-- deixou ao menos três feridos, segundo informações da Polícia Militar.

A manifestação teve início por volta das 19h no vão livre do Masp, na avenida Paulista. Após a concentração, a marcha se deslocou por ruas dos bairros da Bela Vista, na região central de São Paulo, voltou à avenida onde o protesto teve início, desceu a avenida Brigadeiro Luis Antônio e chegou à Assembleia Legislativa de São Paulo, na zona sul da capital paulista, por volta das 21h50.

Após gritarem palavras de ordem contra os policiais por alguns minutos, alguns participantes se agruparam e se lançaram contra a barreira de policiais para tentar invadir o local. Nenhum manifestante conseguiu furar o bloqueio, mas a tentativa fez a PM reforçar o policiamento.

Às 22h10, os manifestantes entraram em confronto com PMs da Força Tática que faziam um cordão de isolamento na entrada do prédio.

Alguns dos participantes chutaram escudos dos policiais, que responderam com o uso de spray de pimenta e golpes de cassetetes para dispersar os que tentam invadir a Assembleia Legislativa. Além disso, os PMs lançaram uma bomba de gás lacrimogêneo contra por volta das 22h15. Em resposta, os manifestantes atiraram pedras, cones e uma placa de ferro contra os policiais.

Durante o tumulto, um dos manifestantes, que não foi identificado, sofreu um corte no rosto, sangrou bastante e foi levado no porta-malas de um carro da PM. O coronel Ben-Hur Araújo Junqueira Neto disse que ele sofreu um corte no supercílio e foi levado ao pronto-socorro do Hospital das Clínicas  para receber tratamento médico. Em seguida, ele seria levado a um distrito policial já que, segundo o coronel, o manifestante tentou agredir um PM da Força Tática.

Antes do tumulto, o manifestante tentava dialogar com a parte mais exaltada do grupo, que tentava invadir a Casa.

Também ficaram feridos André Carvalho, 21, estudante de letras, que sofreu um corte na cabeça --Carvalho disse que o ferimento foi provocado pelo cassetete de um PM que estava no cordão de isolamento; e um policial, o tenente William Thomaz, que foi ferido no braço, após receber um soco de um manifestante.

Carvalho disse pediu o atendimento do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas, após mais de uma hora de espera, o socorro ainda não havia chegado. Quem prestou o primeiro atendimento a Carvalho foram voluntários do GAPP (Grupo de Apoio ao Protesto Popular).

Já o tenente foi atendido por uma unidade do Samu e levado a um hospital pois havia suspeita de fratura do braço.

Uma equipe da "TV Globo" teve de deixar o protesto por volta das 22h35, após ser ameaçada por manifestantes, que chegaram a empurrar um repórter. 

PM usa spray de pimenta

Quando o protesto passava pela rua dos Belgas, na Bela Vista, a PM lançou gás de pimenta contra os manifestantes. Houve corre-corre e um princípio de tumulto, mas a situação se acalmou logo na sequência.

A mudança de direção do grupo, que deixou uma avenida de duas pistas para entrar em ruas menores, de bairro, foi interpretada como uma tentativa dos manifestantes de escapar do acompanhamento da PM.

"O pessoal mudou de curso, se aproximou da Rocam, e houve esse momento [do uso do gás de pimenta contra os manifestantes]", afirmou o major Genivaldo Antonio, da Polícia Militar.

Manifestantes que não se identificaram disseram que o ato da PM foi "gratuito".