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Após confusão em protesto no Rio, inquérito investigará "excessos" da Tropa de Choque

PMs lançam bombas de gás durante protesto contra o governador do Rio no bairro das Laranjeiras - Fernando Frazão/ABr
PMs lançam bombas de gás durante protesto contra o governador do Rio no bairro das Laranjeiras Imagem: Fernando Frazão/ABr

Gustavo Maia e Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

14/08/2013 23h09

O chefe do DGPC (Departamento Geral de Polícia da Capital), delegado Ricardo Dominguez, afirmou na noite desta quarta-feira (14) que será aberto um inquérito para investigar os “excessos da Polícia Militar” na frente da 9ª DP (Catete), na zona sul do Rio de Janeiro, durante confronto com manifestantes no local.

Segundo Dominguez, o comandante da operação da Tropa de Choque durante o protesto será intimado a depor. “O comandante vai ter que explicar os excessos da Tropa de Choque na porta da delegacia”, afirmou. Procurada a Polícia Militar afirmou não saber quem é o responsável pela operação desta quarta-feira.

Todos os policiais do Choque que estavam na frente da delegacia foram convidados a se retirar do local pelo chefe da DGPC, que acionou a Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), da Polícia Civil, para assumir a operação. "Pedi que o Choque saísse de cena e a Core entrasse, porque entendi que o que estava causando a confusão era a presença do Choque", disse.

Mais cedo, cinco policiais da Tropa de Choque foram levados para dentro da delegacia. Segundo Dominguez, ele chamou os PMs que acabavam de chegar ao local para dentro da distrital para evitar que a confusão tomasse proporções ainda maiores caso eles resolvessem agir contra os manifestantes.

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Uma inspetora chegou a afirmar que eles receberam voz de prisão porque um dos PMs foi visto quebrando um vidro da delegacia, mas a informação não foi confirmada.

Durante o confronto com os manifestantes, as bombas de gás lacrimogêneo jogadas pela Tropa de Choque atingiram a frente da delegacia. No interior, alguns policiais civis se sentiram mal com o cheiro e chegaram a ser ajudados por socorristas que estavam no local.

Presos liberados

Todos os 29 manifestantes levados para a 9ª DP já foram liberados. Três deles responderão em liberdade por dano ao patrimônio, considerado um crime de menor potencial ofensivo. As detenções ocorreram após o primeiro confronto entre manifestantes e a Polícia Militar na rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, perto da sede do governo estadual.

Horas mais tarde, houve nova confusão na frente da 9ª DP, com presença inclusive do Bope (Batalhão de Operações Especiais). Dois policiais foram feridos por pedradas, segundo a PM. Um socorrista disse ter sido atingido por estilhaços de bombas.

Na primeira confusão, policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes, que revidaram com pedras. Na rua das Laranjeiras, pessoas que participavam do protesto quebraram pontos de ônibus, placas, lixeiras e a frente de uma unidade das Lojas Americanas.

O clima era tenso entre manifestantes e policiais que bloqueavam a rua Pinheiro Machado, em um dos acessos ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, antes do início do conflito. A PM tentava impedir que os manifestantes avançassem em direção à sede do governo do Estado quando um empurra-empurra deu início ao confronto.

Protestos no Rio de Janeiro
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Após o início do conflito, a Tropa de Choque chegou ao local para dispersar os manifestantes e, além de bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, usou o canhão d'água.

Do lado de fora da 9ª DP, cerca de 50 manifestantes pediram a liberação do grupo e projetam imagens. O canhão d'água da Tropa de Choque passou pelo local e provocou xingamento dos manifestantes. "Pega essa água e leva para a Baixada (Fluminense)", gritaram.

Uma bomba foi jogada dentro de um carro da delegacia e, quando um manifestante era levado pela polícia para dentro da DP, os demais começaram a gritar e houve uma nova confusão, dispersada pela Tropa de Choque e pelo Bope. Os policiais usaram bombas de gás e balas de borracha para forçar a saída dos manifestantes da frente da delegacia.