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Operação detém seis por extração de areia em área que terá UPP Verde no Rio

Carolina Farias

Do UOL, no Rio

26/08/2013 16h00

Seis pessoas foram detidas nesta segunda-feira (26), primeiro dia de uma megaoperação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente contra crimes ambientais na região do Parque Estadual do Cunhambebe, no município de Rio Claro, interior do Estado do Rio de Janeiro, que deve terminar somente em janeiro, quando a área ganhará uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Verde.

Os detidos foram flagrados em dois pontos de extração clandestina de areia  que ficam na mesma rua onde morava Gonzalo Alonso Hernandez, 49, ambientalista morto no início do mês. O ativista denunciava a extração ilegal de areia e de palmito e a caça ilegal na região.

De acordo com o coordenador da operação, coronel José Maurício Padrone, a extração de areia sem o devido licenciamento é ilegal. "Todos precisam de areia para construção, mas, quando é feita de forma clandestina, sem licença, acaba com as margens dos rios", disse Padrone.

Além dos presos, os agentes encontraram nove fornos ilegais de carvão. Dois deles serão destruídos com dinamite nesta segunda e os outros sete, até quinta-feira (29). "Eles [criminosos] desmatam uma área nativa e queimam a madeira nos fornos", disse o coordenador. 

Apesar de a megaoperação ter começado nesta segunda, no fim de semana alguns policiais florestais encontraram um rancho de caçadores --locais onde eles se abrigam e guardam apetrechos. O local foi destruído, e foram recolhidas munições e objetos usados na caça ilegal.

Investigação e recompensa

A sede da UPP Verde será no sítio onde vivia o biólogo espanhol assassinado. Além da operação na área do parque, os agentes vão distribuir nessa semana cartazes do Disque-Denúncia oferecendo recompensa de R$ 5.000 a quem fornecer pistas que levem à prisão dos criminosos. 

Gonzalo era um defensor da preservação do ambiente do município e no parque, sendo conhecido por sua ação contra caçadores, palmiteiros e outros que agiam de forma ilícita. 

"Quando ele via extração de areia, ele ia lá e falava que aquilo era ilegal. Ele também denunciava palmiteiros, caçadores. Estamos bem confiantes que a polícia vai achar os criminosos”, disse Padrone. “Não vamos deixar a morte dele passar em vão."

A delegacia de Rio Claro informou que já ouviu vários depoimentos e vai pedir a perícia no computador do ambientalista para verificar se ele chegou a receber alguma mensagem de ameaça.

Os detidos foram liberados, porque o crime de extração de areia é de menor potencial ofensivo.