"Como alguém pode ser tão ruim?", diz PM que resgatou bebê abandonado no Rio

A capitã da Polícia Militar do Rio de Janeiro Ana Paula Moutinho, 34, achou que o plantão de terça-feira (17) seria como um dia de patrulhamento normal, até receber um chamado para resgatar um bebê abandonado em uma casa em Pedra de Guaratiba, zona oeste da capital. "Achei que seria tranquilo, mas foi complicado. Quando você vê, na hora, a criança no chão", disse a policial, que chegou a chorar no hospital. "Fiquei com vergonha de chorar, mas deu uma tristeza. Como alguém pode ser tão ruim?".

Há aproximadamente um ano, Ana Paula sofreu um aborto e, quando viu o bebê, se lembrou esse momento de sua vida. "Você mistura tudo, vai lembrando de tudo.”

O bebê, um menino de aproximadamente um mês, segundo médicos que o examinaram no Hospital Pedro 2º, onde está internado, ganhou o nome provisório de Mike. "Na nossa identificação alfanumérica PM é Papa Mike, que é a letra M. Então o chamamos de Mike e ele foi registrado assim no hospital", disse a policial. "Papa Mike" é a expressão utilizada por policiais para se referir à sigla "PM".

Ana Paula contou que foi abordada por uma mulher quando fazia o policiamento no bairro que lhe disse que um pedreiro havia encontrado uma criança abandonada. Chegando ao local, ela encontrou o bebê no chão. Segundo a policial, ele estava vestido, de banho tomado e em boas condições.

"Pensamos até que alguém tinha roubado da mãe, que logo iria procurar, porque ele estava perfeito. Mas estamos sabendo que até agora ninguém procurou. Mas ele vai conseguir uma família rápido", contou a PM.

A policial e os colegas que a acompanharam na ocorrência devem visitar Mike na próxima sexta-feira (20) ou na segunda (23). A criança está sob a tutela do 10º Conselho Tutelar de Santa Cruz, zona oeste do Rio.