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"A casa tremeu toda. Parecia um terremoto", diz vizinha de fábrica que incendiou em Contagem (MG)

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

20/09/2013 21h13

 As explosões seguidas do incêndio nesta sexta-feira (20) na fábrica de autopeças CMP (Componentes e Módulos Plásticos), fornecedora da Fiat Automóveis, em Contagem (MG), região metropolitana de Belo Horizonte, assustaram os moradores do bairro Cinco, onde está instalada a companhia, que foi tomado por uma nuvem de fumaça preta tóxica, proveniente das explosões.

Vizinhos da empresa e trabalhadores de empresas no entorno da planta industrial da CMP se assustaram com a explosões e tiveram de conviver com a fumaça tóxica. Carolina Marques, 27, moradora da avenida Américo Santiago Piacenza, em frente à CMP, disse que as explosões assustaram sua família.

“A casa tremeu toda. Parecia terremoto. Fiquei assustada na hora”, afirmou Carolina Marques. Kevin Gabriel Ferreira de Aguiar, 4, seu filho, reclamava do mal cheiro. “O cheiro é forte”, afirmou o menino, que utilizava a camiseta como máscara.

A enfermeira Carolina Cardoso, coordenadora do posto de saúde próximo da fábrica, também levou um susto com as explosões. “Estava atendendo um paciente quando, de repente, senti tudo tremendo. O posto inteirinho tremeu. Todo mundo saiu correndo para a janela e vimos a fábrica com aquela nuvem de fumaça”, disse.

A unidade de saúde do bairro Cinco fechou as portas, após as explosões e incêndio. Diversas empresas no entorno da fábrica também fecharam as portas e dispensaram os empregados por causa da fumaça preta e do forte cheiro que se espalhou pelo local. Três escolas liberaram os alunos das aulas por causa da fumaça preta.

Técnicos da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) restabeleceram no início da noite o fornecimento de energia elétrica, que estava cortado durante o combate ao incêndio. De acordo com o Corpo de Bombeiros, os militares ainda trabalham no local, mas não há risco de novas explosões e possibilidade de contaminação por inalação de gás.

Polietileno

A CMP tem cerca de 800 empregados. As explosões e o incêndio destruíram cerca 40 mil metros quadrados de área da empresa, de acordo com o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros André Gerken. Segundo o militar, responsável pelas operações, 40 bombeiros trabalharam no combate ao incêndio, que foi precedido de cinco explosões.

O fogo teria começado em um depósito de gás  e se espalhou por galpões que armazenavam polietileno, material “altamente inflamável” e principal insumo usado na linha de produção da fábrica de autopeças.

Pelo menos cinco operários tiveram queimaduras de primeiro grau e foram encaminhados para o Hospital Municipal de Contagem. O número exato dos acidentados, alguns com intoxicação, porém, não foi informado. Não houve vítimas fatais.