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Morto pelo Bope em operação no Rio foi condenado pela morte de Tim Lopes

Policiais do Bope descobriram um acampamento de traficantes durante uma operação na manhã desta sexta-feira (20) no morro da Covanca - Divulgação/BOPE
Policiais do Bope descobriram um acampamento de traficantes durante uma operação na manhã desta sexta-feira (20) no morro da Covanca Imagem: Divulgação/BOPE

Felipe Martins

Do UOL, no Rio

20/09/2013 18h15

O homem morto por policiais do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) em operação nesta sexta-feira (20) no morro da Covanca, na Praça Seca, zona oeste do Rio de Janeiro, havia sido condenado pela Justiça em 2002 por participação na morte do jornalista Tim Lopes no Complexo do Alemão. 

De acordo com a PM, houve confronto entre traficantes e policiais na mata que cobre a área. Nos últimos dias, traficantes de facções rivais têm entrado em conflito em favelas da região. Além de "Xuxa", o subtenente do Bope Marco Antônio Gripp e mais um suspeito ainda não identificado  morreram durante a ação da polícia desta sexta.

“Xuxa” é um dos nove traficantes que decidiram pela morte de jornalista, cabendo ao gerente do tráfico Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, segundo a Justiça, a palavra final. Após matarem Tim Lopes, os criminosos colocaram o corpo em uma pilha de pneus (micro-ondas), onde foi carbonizado.

De acordo com o texto da decisão judicial, Xuxa participou do homicídio, ficando o tempo todo na cena do crime assistindo o jornalista morrer.

Condenado a 23 anos de prisão pela Justiça, ele cumpria pena no Instituto Penal Vicente Piragibe, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, até conseguir fugir . “Xuxa” foi um dos 31 presos que escaparam da penitenciária pela tubulação de esgoto.

Para a fuga, os presos escavaram um túnel de aproximadamente cinco metros, se aproveitando de uma manilha no pátio da unidade. Eles caminharam pela tubulação de esgoto até sair em um aterro sanitário, continuando a fugir pelas ruas da região.

Do total de fugitivos, 11 foram recapturados e 20 continuavam foragidos, segundo a Seap (Secretaria Estadual de Administração Penitenciária).

"Escárnio"

A ABI (Associação Brasileira de Imprensa) chegou a classificar como “escárnio” a fuga de “Xuxa” do Complexo de Gericinó. 

O jornalista Tim Lopes foi morto por um tribunal do tráfico de traficantes do Alemão. Ele fazia reportagem investigativa para a TV Globo em baile funk na Vila Cruzeiro sobre exploração sexual de menores e tráfico quando foi descoberto pelos traficantes e levado a Elias Maluco, então gerente do tráfico.

Preso em 2002, ele foi condenado por tráfico de drogas, homicídio triplamente qualificado, formação de quadrilha e ocultação de cadáver. A pena acumulada chega a 59 anos de reclusão. Ele cumpre pena no Presídio Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.