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The Guardian destaca "maior protesto desde junho" após confronto no Rio

Segundo o jornal inglês, o protesto de segunda-feira (7) foi o maior desde a onda de manifestações durante a Copa das Confederações - Reprodução
Segundo o jornal inglês, o protesto de segunda-feira (7) foi o maior desde a onda de manifestações durante a Copa das Confederações Imagem: Reprodução

Do UOL, no Rio

08/10/2013 15h26

O jornal inglês "The Guardian" publicou nesta terça-feira (8) um relato sobre o protesto que terminou em confronto entre black blocs e policiais militares, na noite de segunda-feira (7), no centro do Rio de Janeiro, no qual afirma que a manifestação de ontem atraiu o maior público desde junho.

"O comparecimento às ruas, apesar da forte chuva, foi um dos maiores desde a onda de protestos em todo o país, em junho, que ofuscou os preparativos para a Copa do Mundo do próximo ano", informou o "Guardian".

O veículo também destacou as cenas de vandalismo que ocorreram ao fim do ato organizado em favor do movimento dos professores, que estão em greve na capital fluminense desde o dia 8 de agosto.

"Grupos anarquistas quebraram agências bancárias e queimaram um ônibus. Enquanto isso, manifestantes 'black blocs' atiravam bombas incendiárias contra a polícia, que respondem com gás lacrimogêneo, balas de borracha e granadas de efeito moral", completou o jornal.

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O "Guardian" relatou ainda a confusão generalizada no entorno da Câmara Municipal, cuja entrada lateral --acesso pela rua Evaristo da Veiga-- foi depredada e parcialmente incendiada pelos manifestantes.

"Um grupo de anarquistas quebrou um portão da Câmara Municipal. Outros invadiram lojas e atearam fogo a bancos e ônibus", afirmou a publicação inglesa.

No dia 20 de junho, uma passeata realizada pela avenida Presidente Vargas, no centro da capital fluminense, em direção à sede da prefeitura reuniu cerca de 300 mil pessoas, segundo a Polícia Militar.

Na ocasião, a principal pauta dos manifestantes era o descontentamento com o aumento da passagem do transporte coletivo.

Já nesta segunda, também de acordo com a PM, pelo menos dez mil pessoas participaram do protesto em favor da greve dos professores.

Depredação

Durante o protesto, um grupo de manifestantes jogou ao menos três bombas caseiras (coquetel molotov) na porta lateral da Câmara dos Vereadores pela rua Evaristo da Veiga -- onde há também um quartel da PM. Após a terceira bomba, a porta quase pegou fogo. A confusão começou por volta das 20h. Grupos de manifestantes quebraram também agências bancárias.

Logo depois, dois grupos da tropa de choque da PM cercaram os manifestantes que tentavam colocar fogo na Câmara e conseguiram dispersar o grupo. Cinco ônibus foram queimados no centro da cidade. Um pouco antes, a reportagem do UOL presenciou um intenso confronto entre manifestantes e policiais -- cinco guarnições do choque entraram em ação com dezenas de bombas de efeitos moral e muitos tiros de bala de borracha para dispersar o grupo.

Manifestantes também jogaram muitas pedras no Consulado Americano durante os protestos que ocorreram na noite desta segunda. As janelas da instituição ficaram quebradas. Policiais militares do Batalhão de Choque se posicionaram próximo ao consulado e dispersaram os manifestantes com bombas de gás e de efeito moral.

A entrada do edifício Serrador, sede da empresa de Eike Batista, foi totalmente destruída pelos vândalos. Eles usaram os próprios tapumes para quebrar as vidraças. Na semana passada, policiais e manifestantes entraram em conflito com o saldo de 23 feridos.

Após a entrevista, o presidente da Câmara caminhou com fotógrafos e jornalistas pelas salas, segundo ele, atingidas pela depredação. O gabinete da liderança do DEM foi o local mais destruído, com vidros da janela quebrados e material incendiado.  No chão, havia um morteiro e restos de uma garrafa que, segundo a brigada de incêndio da casa, era de um coquetel molotov lançado por manifestante.

Em outro local atingido, o Gabinete Militar, além dos vidros quebrados havia pedras e um forte cheiro de gasolina. Na sala do cerimonial, restos de um par de sapatos feminino queimado, ainda segundo a brigada militar, jogado por manifestante para provocar incêndio no local.

Destruição na Alerj

No dia 18 de junho deste ano, a região central do Rio de Janeiro já havia presenciado a depredação de uma casa legislativa fluminense: funcionários da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) ficaram presos na Casa enquanto os manifestantes invadiam o prédio por uma janela lateral. Os manifestantes lançaram pedras e bombas dentro do prédio.

Na ocasião, o Batalhão de Choque demorou algumas horas para retomar o controle do prédio e das ruas no entorno. Muitas balas de borracha e bombas de efeito moral foram disparadas pelos PMs, e os manifestantes dispersaram rapidamente após a chegada da polícia.

Os 20 PMs feridos que aguardavam socorro dentro do prédio da Alerj foram retirados do local, assim como os funcionários da Casa.