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"As crianças choravam muito", diz moradora que esperou 4 horas por resgate em cobertura de prédio

Gil Alessi

Do UOL, em São Paulo

08/11/2013 09h17Atualizada em 08/11/2013 12h30

Moradora de um dos prédios atingidos pelo incêndio no centro de São Paulo na madrugada desta sexta-feira (8), Lilian Nascimento, 27, contou que estava dormindo quando foi avisada por uma vizinha sobre o incêndio.

“Quando abri a porta, a fumaça atingiu o apartamento. Tive que subir quatro andares no escuro até chegar ao terraço”, afirmou.

Lilian, que mora no 18º andar de um prédio na avenida Rio Branco, nº 125, estimou que ao menos 40 pessoas, entre elas, 20 crianças, aguardaram quatro horas até que os bombeiros chegassem na cobertura do prédio.

De acordo com o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Valmir Correa Leite, o primeiro carro da corporação chegou ao local do incêndio seis minutos após ser acionado. Segundo ele, “pode ser que o morador que estava no terraço ou nos andares mais altos tenha demorado algumas horas [para ser socorrido], já que os bombeiros tiveram que combater vários focos de incêndio no caminho".

Procurada pela reportagem, a Sala de Operações reforçou o posicionamento do oficial:  informou que o primeiro chamado sobre o incêndio ocorreu à 1h e que o primeiro veículo da corporação partiu do quartel à 1h02. Ainda segundo os bombeiros, o veículo chegou a local à 1h07.

“As crianças choravam muito. Eu liguei para polícia e pediram para que eu ligasse no número dos bombeiros, um absurdo. Tinha muita gente tossindo e idosos passando mal. Nós, mais velhos, tentávamos ajudar todos a manter a calma”.

Por volta das 10h, o coordenador na Defesa Civil Municipal, Jair Pacca, informou os moradores que eles poderiam subir no prédio, acompanhados de bombeiros, para retirar documentos e objetos de valor.

A assessoria de imprensa da academia informou que a unidade que pegou fogo foi inaugurada há menos de uma semana. 

"A direção da empresa está em contato com autoridades para identificar as causas e poderá prestar mais esclarecimentos após o relatório da perícia técnica", informou a assessoria, em nota.

“Fomos guiando as pessoas com lanternas”

A tenente do Corpo de Bombeiros Roberta Kawasaky, 35, foi um dos primeiros oficiais a ser avisado do incêndio. Ela mora no centro e foi até a ocorrência com o seu carro particular.

“Nós entramos e os corredores estavam sem luz e cheios de fumaça. Fomos guiando as pessoas com lanternas. Tinha muita criança e muito idoso, e as pessoas estavam assustadas”.

Segundo Roberta, vários apartamentos tiveram que ser arrombados para ver se havia gente desmaiada dentro. “Perdi as contas de quantas vezes subi os mais de 22 andares do prédio”.

De acordo com a tenente, depois que foram controlados os focos de incêndio no edifício, que da de fundos para a academia que pegou fogo, o prédio serviu de base para combater as chamas abaixo.