Objeto que caiu de prédio residencial pode ter provocado incêndio em SP
O incêndio que atingiu dois prédios no centro de São Paulo, na madrugada desta sexta-feira (8), pode ter sido provocado por um objeto que caiu do edifício residencial sobre a academia Smart Fit, segundo peritos que estiveram no local nesta manhã.
Leia mais
- Dois feridos no incêndio estão em estado grave
- Academia foi inaugurada há menos de uma semana
- Prédio que pegou fogo não tinha alvará e teve atestado negado por bombeiros
- Moradora relata quatro horas de espera por resgate
- Comunicação com vítimas estrangeiras dificultou resgate
- Incêndio atinge prédio no centro de SP e mais de 40 são socorridos
Uma perícia preliminar já foi feita no prédio residencial na avenida Rio Branco. Lá, os peritos recolheram alguns objetos, ainda não revelados, que serão levados para análise.
Quatro vítimas estavam sendo ouvidas nesta manhã pelo delegado titular do 3º DP (Campos Elíseos), Antonio Luiz Tucumantel.
Outros depoimentos estavam previstos para a tarde de hoje. Os donos da academia devem ser os últimos a comparecer na delegacia.
Mais cedo, equipes do Corpo de Bombeiros também levantaram a possibilidade de o incêndio ter começado no telhado da academia. Isso porque relatos das primeiras equipes que chegaram ao local dão conta de que a parte inferior do pavimento estava razoavelmente preservada enquanto o fogo se alastrava no telhado.
Vi a morte de perto, diz moradora de prédio que pegou fogo em SP
A assessoria de imprensa da academia informou que a unidade que pegou fogo foi inaugurada há menos de uma semana.
"A direção da empresa está em contato com autoridades para identificar as causas e poderá prestar mais esclarecimentos após o relatório da perícia técnica", informou a assessoria, em nota.
Atestado negado pelos bombeiros
O prédio onde se localiza a academia não tinha alvará de funcionamento, segundo a prefeitura, e não foi aprovado por uma vistoria feita pelo Corpo de Bombeiros em março deste ano. Segundo o tenente-coronel Valmir Correa Leite, na época, foram encontradas "três ou quatro irregularidades".
De acordo com o coronel, "o edifício tinha um período para se adequar às exigências dos bombeiros e deveria ter entrado em contato para notificar que haviam resolvido os problemas, o que não foi feito".
O AVCB é o documento que certifica que, durante a vistoria, a edificação possuía as condições de segurança necessárias contra incêndio previstas pela legislação.
Veja o local do incêndio
Incêndio
O incêndio começou por volta da 1h desta sexta-feira e às 5h, segundo os bombeiros, estava controlado.
De acordo com a corporação, 100 pessoas foram atendidas no local; outras 46, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, precisaram ser encaminhadas para hospitais na região com quadro de intoxicação por fumaça.
Nesta manhã, três pessoas permaneciam internadas. Entre os pacientes mais graves estão um idoso de 70 anos, que sofreu queimaduras nas mãos e em 15% do rosto, e uma criança que está na UTI do Hospital das Clínicas.
Durante a madrugada, a fumaça alta se alastrou e entrou pelas janelas dos edifícios, assustando moradores. Segundo reportagem do jornal "Folha de S.Paulo", uma família foi resgatada do quarto andar de um dos prédios com o auxílio de uma escada Magirus do Corpo de Bombeiros. Pai, mãe e filho, com medo da fumaça, chegaram a ameaçar se jogar pela janela.
Trânsito
Por conta do incêndio, a avenida Rio Branco continua bloqueada em ambos os sentidos, entre a avenida Ipiranga e o Largo do Paissandu, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Na avenida Ipiranga, as duas faixas da direita, na pista da esquerda, sentido Consolação, foram liberadas.
Trinta linhas de ônibus que passam pela região tiveram itinerário alterado devido à interdição.
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