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Mãe de Joaquim nunca reclamou de padrasto, afirma sogra

José Bonato

Do UOL, em Ribeirão Preto (SP)

13/11/2013 10h36Atualizada em 13/11/2013 10h36

As acusações que a psicóloga Natália Ponte, 29, fez à polícia contra o marido, Guilherme Longo, 28, de ser violento e castigar o filho Joaquim Ponte Marques por ciúmes e por ser “mimado” podem ser sido feitas por orientação de advogado, afirma Augusta Aparecida Longo, mãe do rapaz.

Longo e Natália estão presos e são suspeitos da morte de Joaquim, que estava desaparecido desde a madrugada do dia 5 e foi encontrado no domingo (10) morto no rio Pardo, em Barretos (423 km de São Paulo). O menino tinha três anos de idade e vivia com os pais e um irmão de três meses em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).

“Em um ano e meio de casamento, ela nunca se queixou de nada contra meu filho. Eles eram muito felizes. Meu filho sempre foi muito carinhoso com o Joaquim. Dava banho nele e até faltava do serviço para ficar com ele quando começou a receber insulina”, disse, em referência ao diabetes do menino, que o afastou da escola a partir do dia 29 de outubro.

Augusta afirma que uma tragédia se abateu sobre a família. Ela disse que agora vive à base de remédios para suportar a dor. “O Joaquim era a minha vida”, afirma. Além de Guilherme, a idosa possui outros dois filhos, todos adotivos.

Augusta acredita na inocência do casal. Para ela, alguém entrou na casa na madrugada de terça-feira (5) e levou Joaquim.

“A casa passou por uma reforma e tem um monte de entulho do lado de dentro, o que facilita a invasão. Há muita maldade neste mundo, pedofilia, tráfico de pessoas.”

Outro lado

Cássio Alberto Gomes Ferreira, advogado e primo de Natália, não quis comentar as declarações da mãe do padrasto de Joaquim.

“O caso está ainda sob investigação e eu não tive acesso ao inquérito. Não tenho conhecimento de nada.”

Indagado se Natália depôs espontaneamente contra o marido, no domingo, logo após o encontro do corpo do garoto, o delegado Paulo Henrique Martins de Castro, titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), também preferiu não dar declarações.

Guilherme Longo deverá passar por um novo interrogatório policial. O delegado Castro não informou se seria na data de hoje (13) nem o local onde o suspeito está preso.

Pai do suspeito

Dimas Longo, pai de Guilherme, confirmou ontem que, no dia do desaparecimento do menino, saiu de casa e passou de carro em frente à casa do casal, que mora a um quarteirão de distância. A movimentação foi flagrada por uma câmera.

De acordo com ele, o filho havia “surtado” na segunda-feira devido à dependência de drogas.

“Eu passei por lá para saber se estava tudo bem. Vi a casa fechada, as luzes apagadas e voltei para casa”, declarou.

A Polícia Civil de Ribeirão Preto apreendeu na terça-feira (12) objetos pessoais da família do menino Joaquim em busca de indícios para tentar esclarecer sua morte.