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PF abre inquérito para investigar desaparecimentos em reserva indígena no AM

Leandro Prazeres

Do UOL, em Manaus

26/12/2013 21h10

A Polícia Federal de Rondônia instaurou um inquérito para apurar o desaparecimento de três pessoas que teriam sumido enquanto viajavam dentro da área da Terra Indígena Tenharim, no Sul do Amazonas.

O desaparecimento do trio foi o estopim para uma série de manifestações ocorridas na noite da última quarta-feira (25), no município de Humaitá (675 km de Manaus). Durante os protestos, a sede da Funai no município, assim como carros e barcos do órgão foram queimados. Ninguém ficou ferido.

O inquérito foi instaurado após uma reunião na sede da Superintendência da PF em Porto Velho, capital mais próxima da região. Na reunião estiveram presentes prefeitos de três municípios abrangidos pela Terra Indígena Tenharim, localizada entre os municípios de Humaitá, Manicoré e Apuí.

A instauração do inquérito era uma reivindicação dos manifestantes que, desde o dia 16 de Dezembro, cobravam  uma posição da Polícia Federal sobre o desaparecimento de três pessoas: o professor Stef Pinheiro de Souza, o comerciante Luciano da Conceição Ferreira Freire e o funcionário público Aldeney Ribeiro Salvador.

  • Manifestantes colocaram fogo em carros da Funai em Humaitá (AM)

Os protestos contra a Funai e os indígenas que vivem  na Terra Indígena Tenharim fez com que um grupo de aproximadamente 130 índios se refugiasse no quartel do 54. Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), localizado a 12 quilômetros da área urbana de Humaitá. Ainda não há estimativa sobre a saída do grupo.

Terra Indígena Tenharim engloba três cidades do interior do AM

De acordo com o Coronel Paulo Fernando Lemos de Mendonça Viana, do Centro de Operações do Comando Militar da Amazônia (CMA), os indígenas ficarão na sede do 54. BIS até que a situação na região se acalme. "Eles deverão ficar até que não haja ameaças à integridade física deles. Os órgãos federais... Polícia Federal e Funai, estão dialogando para resolver a situação", afirmou o militar.

Em nota, a Funai repudiou o incêndio causado pelos manifestantes: “Atos de vandalismo são injustificáveis e configuram  ilícitos".

Na tarde desta quinta-feira (26), a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas (SSP) confirmou o envio de 38 policiais militares para a cidade de Humaitá para aumentar o contingente no local.