Estado de saúde de vítimas de ataques a ônibus permanece estável
Quatro vítimas que foram queimadas nos ataques aos ônibus em São Luís, ocorridos na última sexta-feira (3) a mando de presos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, continuam internadas. Todas estão com estado de saúde estável --uma delas está em estado grave.
A menina Ana Clara Santos Sousa, 6, quinta vítima queimada junto com a irmã Lorane Beatriz Santos, 1 ano e 5 meses, e a mãe Juliane Carvalho Santos, 22, durante o ataque a um ônibus na Vila Sarney, morreu segunda-feira (6). A criança teve 95% do corpo queimado e estava internada na UTI do Hospital Juvêncio Mattos.
Ao saber que a menina havia sido uma das vítimas dos ataques aos ônibus, bisavô de Ana Clara, Dasico Rodrigues da Silva, 80, teve um infarto e morreu no domingo (5).
Os três adultos estão internados no Hospital Geral do Estado Tarquínio Lopes Filho e a bebê de 1 ano e 5 meses está no Hospital Estadual Infantil Juvêncio Matos.
De acordo com informações da Secretaria do Estado da Saúde do Maranhão, o paciente Márcio da Cruz Nunes, 37, está em estado grave, porém estável nas 24h. Ele teve 70% do corpo queimado enquanto tentava salvar a menina Ana Clara. Nesta terça-feira (7), Nunes teve uma melhora clínica, mas ainda respira com ajuda de aparelhos.
Já o estado de saúde da mãe das meninas, Juliane Carvalho Santos, 22, é considerado bom e ela está “lúcida e comunicativa”. Ela teve 40% do corpo queimado. Segundo o boletim, Santos está recebendo tratamento padrão, além de acompanhamento psicológico e psiquiátrico.
A paciente Abyancy Silva Santos, 35, que teve o braço atingido pelo fogo está internada na enfermaria de Clínica Cirúrgica, estável, com 10% de área queimada.
A bebê Lorane Beatriz Santos, 1 ano e 5 meses, está estável e recebendo tratamento em leito da enfermaria pediátrica. Lorane teve 20% do corpo queimado, quando teve as pernas e o braço esquerdo atingido pelo fogo.
ONGs
As ONGs Conectas, Justiça Global e Sociedade Maranhense de Direitos Humanos divulgaram uma carta, nesta terça-feira (7), cobrando ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a federalização das violações de direitos humanos ocorridas dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
As entidades também destacaram que há duas semanas, desde que a PM (Polícia Militar) está comandando a direção de Pedrinhas, são divulgadas apenas informações escassas sobre a situação dos presos.
Para as entidades, a federalização dará mais independência e vai acelerar as investigações.
“É fundamental que os crimes sejam apurados de maneira célere para que possamos conhecer a real responsabilidade do Estado na crise”, afirmou advogada da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, Joisiane Gamba.
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