Após Cabral dizer que manteria tarifas, governo aumenta trem e metrô

As passagens dos trens e do metrô do Rio de Janeiro serão reajustadas em breve, informou na terça-feira (18) o secretário de Estado da Casa Civil, Régis Fichtner, ao jornal "O Globo". Em nota, a Agetransp, agência reguladora vinculada à administração estadual, confirmou que as tarifas vão aumentar em fevereiro, para os trens, e em abril, para o metrô.

"Conforme previsto nos contratos de concessão, as datas para entrada em vigor de reajuste tarifário anual para o transporte ferroviário é fevereiro e para o transporte metroviário é abril. Para os dois modais, o índice de inflação contratual é o IGP-M (em período de 12 meses)", informou o órgão.

O reajuste surge menos de três semanas depois de o governador Sérgio Cabral (PMDB) anunciar que as tarifas seriam mantidas. Em nota, a assessoria do Executivo negou nesta quarta (19) que haja uma contradição.

Na segunda-feira (17), o governo do Rio já havia autorizado o reajuste no valor das barcas. A Agetransp informou que o valor das barcas subirá para R$ 4,80.

Na versão do governo, os reajustes só valerão para os usuários dos três modais --barcas, trem e metrô-- que não fazem uso do Bilhete Único Estadual. "(...) Todo e qualquer usuário pode solicitá-lo, sem qualquer custo para isso. Portanto, somente paga a tarifa cheia quem não optar pela simples adesão", informou a assessoria do Executivo.

No caso das barcas, com o Bilhete Único, a tarifa continuará a ser de R$ 3,10. A manutenção dos preços no sistema é subsidiada pelo Fundo Estadual de Transporte, de acordo com lei estadual aprovada em 2011.

Agora, a ideia do governador é estender o subsídio para trens e metrô, permitindo que as tarifas atuais de R$ 2,90 (trens) e R$ 3,20 (metrô) sejam mantidas para os usuários que utilizam o Bilhete Único. "O valor total do subsídio referente aos três diferentes modais a ser pago, em 2014, é estimado em R$ 50 milhões", informou o governo.

O cálculo dos subsídios foi feito pela Secretaria de Estado de Fazenda, que, por determinação de Cabral, foi incumbida de elaborar um "estudo para definir como compensar" as concessionárias, conforme informou o governo estadual no dia 31 de janeiro.

A respeito da iminência do reajuste, a assessoria do Executivo informou apenas que tal determinação "cabe à Agetransp": "A decisão quanto ao aumento das tarifas cheias (tarifas de equilíbrio, cuja avaliação é assegurada por contrato) cabe à Agetransp, agência reguladora".