Itamonte suspende Carnaval até terminar caçada a 'bandidos paulistas'

O cerco aos fugitivos de uma quadrilha de assalto a banco no sábado (22), na cidade mineira de Itamonte (388 km de Belo Horizonte), e que resultou na morte de dez pessoas, levou o prefeito Ari Pinto Constantino dos Santos (PP) a assinar decreto cancelando os festejos de carnaval do município. Pelo decreto, o carnaval deverá ser realizado em data próxima à Semana Santa, em abril.

A sugestão partiu do Ministério Público e da Polícia Militar de Minas Gerais, que segue no quarto dia de investigações sobre o paradeiro do grupo. Segundo informações da Polícia Civil de São Paulo, dez integrantes da quadrilha podem estar ainda região de Itamonte. Agentes da PM mineira, da Polícia Rodoviária Federal e mais 40 policiais civis de São Paulo e igual número de Minas Gerais participam das operações de busca. Nesta terça-feira (25), a PM mineira disponibilizou um helicóptero para as buscas.

“Essa operação só termina quando tivermos certeza absoluta de que todos os bandidos dessa quadrilha foram presos”, afirmou nesta terça-feira o comandante do Batalhão da PM em Itamonte, sargento Adriano Fernandes Carli.

O militar explicou que estão sendo feitas também interceptações telefônicas e análise dos projéteis e armamentos utilizados no tiroteio para relacionar a atuação do grupo a outros assaltos em municípios da região na divisa entre Minas Gerais e São Paulo.

“São bandidos paulistas, isso já está confirmado. Agora estamos procurando os fugitivos tanto na área urbana, quanto na zona rural de Itamonte. Vamos encontrá-los”, afirmou.

Presos são levados para Contagem
A Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais (SDS) informou nesta terça-feira (25) que, dos noves mortos em território mineiro (um dos assaltantes morreu no domingo nas proximidades de São José dos Campos), quatro foram identificados: Robson dos Santos Souza, Marcos Aurélio dos Santos, Armando da Silva Machado e Silmar Júnior Madeira.

De acordo com informações da Polícia civil paulista, Madeira teria sido feito refém na tentativa de assalto. Ele teria sido levado pelos assaltantes e obrigado a dirigir seu carro, na tentativa de fuga. Silmar Júnior Madeira era natural de Itanhadu (a 14 km de Itamonte) e teria morrido durante a troca de tiros entre policiais e assaltantes.

Dos seis presos, um está detido na cadeia pública de São Lourenço. Outro está preso em São Paulo, após ter sido capturado na operação em São José dos Campos. Os nomes não foram divulgados. Outros quatro -Alfredo Luís Mansini, Tiago Aikawia Padilha, Marcos Siqueira Rubim e Joênio de Araújo- estão presos na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana da capital.