Táxi não pode mais usar corredor de ônibus em SP em horário de pico

A partir desta segunda-feira (17) os táxis não podem mais circular pelos corredores de ônibus de segunda a sexta-feira em horário de pico --das 6h às 9h e das 16h às 20h-- na cidade de São Paulo. A decisão foi tomada pela prefeitura seguindo uma recomendação feita pelo MP (Ministério Público) sobre a questão.

A medida entra em vigor hoje,  mas a fiscalização e aplicação de multas só valerão a partir de 14 de abril. O valor da multa é de R$ 127,69 e é considerada uma infração gravíssima, com acréscimo de cinco pontos na carteira. A restrição é específica para os corredores de ônibus.

Também a partir desta segunda-feira os taxistas poderão trafegar, desde que transportem passageiro, pelas faixas exclusivas de ônibus, durante todo o dia, do corredor Norte-Sul, marginais Pinheiros e Tietê e avenidas Corifeu de Azevedo Marques, Sumaré e Indianópolis.

"Nós vamos monitorar essa liberação e, se precisar, em algum momento, ter de restringir, nós vamos restringir para priorizar o transporte coletivo", afirmou o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto.

"Essa é uma forma de garantir a prioridade do atendimento do transporte público sem desamparar, quando possível estabelecer esse amparo, o transporte individual que é realizado pelo táxi", explicou o promotor de Habitação e Urbanismo, Maurício Antônio Ribeiro Lopes.

A capital paulista possui uma frota de 34 mil táxis. Desde 2005, uma portaria autorizava que esse tipo de veículo utilizasse os corredores de ônibus, desde que transportassem passageiros.

No ano passado, o MP chegou a dar um prazo de 45 dias para que o executivo municipal revogasse a portaria, após estudos revelarem que a presença dos táxis diminuía a velocidade dos ônibus.

Estudo 

Um estudo feito no ano passado pela prefeitura, a pedido do MP, mostrou que, sem a presença dos táxis nas faixas e corredores exclusivos, os ônibus ganham velocidade.

O estudo é resultado de três simulações. De acordo com a que foi feita pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a retirada dos táxis no corredor da avenida Rebouças, entre as avenidas Faria Lima e Doutor Arnaldo, na zona oeste da capital, resultaria no aumento de cerca de 25% da velocidade média dos ônibus no horário de pico da manhã.

Outras duas simulações foram feitas, uma pela SPTrans, responsável pelo transporte público por ônibus na capital, e outra por uma empresa particular.

A simulação realizada pela SPTrans mostrou que, no corredor da avenida Santo Amaro, na zona sul, a presença dos táxis reduz em 5% a velocidade dos ônibus, resultando no aumento de 11% no tempo de viagem.

Com base nesses resultados, o estudo recomendou algumas medidas, como revogar a liberação da circulação de táxis nos corredores de ônibus; implantação de segregação viária; e intensificação da fiscalização nos corredores.

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