Rebelião fecha cadeião de Florianópolis; 188 presos são transferidos
Depois de dois dias de tensão e motins de presos, o cadeião de Florianópolis foi fechado e seus 188 detentos transferidos para outros presídios, numa operação concluída pela Polícia Militar de Santa Catarina durante a madrugada deste sábado (29). Os carcereiros estão em greve há 12 dias.
Segundo Leandro Lima, diretor do Departamento Estadual de Administração Prisional (Deap), a decisão de desativar o cadeião foi tomada diante da possibilidade de uma rebelião violenta - com o interior destruído no motim da quinta-feira (27), os presos dominavam as áreas, pondo em risco os carcereiros.
O batalhão de choque da PM começou no início da noite de sexta as transferências para os presídios de Lages, Itajaí e Tubarão, onde a resistência dos piquetes grevistas é menor. Não há relatos de confrontos nas novas internações, concluídas durante a madrugada.
A parte interna do cadeião foi destruída pelos detentos na quinta, depois que a Justiça determinou a internação de mais presos - o local tem capacidade para 80, mas abrigava quase 200.
Os que já estavam lá não aceitaram mais gente, promovendo a quebradeira. A PM usou bombas de efeito moral e balas de borracha para conter o motim.
A Justiça então voltou atrás e determinou que a população carcerária fosse reduzida para sua capacidade de apenas 80. O Deap optou pelo fechamento.
Para agravar ainda mais a situação, os agentes penitenciários estão em greve há 12 dias, com piquetes nos principais presídios do Estado (em São Pedro de Alcântara e Joinville). Assim, as autoridades não tiveram para onde levar os excedentes, forçando a Polícia Civil a manter presos em suas carceragens, também já superlotadas.
O movimento grevista está cada vez mais forte, com a adesão dos funcionários da própria Secretaria de Justiça e Cidadania, que supervisiona os presídios. O Sintespe (Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público) e a secretaria estão com negociações interrompidas.
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