Topo

Polícia de Araraquara (SP) investiga 3º caso de espancamento só neste mês

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

22/05/2014 16h48

Araraquara registrou, na noite de quarta-feira (21), o terceiro caso do mês de espancamento. Desta vez, uma atendente de 20 anos foi alvo de pauladas desferidas por um grupo de pelo menos seis pessoas em um campo de futebol amador da cidade.

Ela chegou a desmaiar durante a agressão e foi encaminhada a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento). O caso foi registrado como lesão corporal e será investigado pela polícia.

Daniela da Silva estava no campo por volta das 22h50 quando notou a presença do grupo de homens, que se aproximou dela com pedaços de pau. Os agressores acertaram o corpo dela e, depois de cerca de três minutos de golpes, ela acabou desmaiando. A polícia foi chamada e chegou ao local pouco depois, encontrando Daniela consciente, mas ainda caída.

Em depoimento aos policiais, Daniela informou que acredita que o espancamento tenha relação a uma desavença que teve com uma outra mulher anteriormente, mas não informou nem a identidade dela nem afirmou conhecer os agressores.

Depois de levada à UPA, ela foi medicada e permaneceu em observação até a manhã de hoje. Segundo a UPA, ela teve hematomas por todo o corpo, mas não apresentou lesões de maior gravidade.

A reportagem tentou falar com Daniela, mas ninguém na casa dela atendeu aos telefonemas da reportagem. O caso será investigado pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), que informou que irá receber a ocorrência no final da tarde e, a partir de então, irá ouvir a vítima e iniciar as investigações.

Outros casos

Na terça-feira (20), Reginaldo Aparecido Pra, 36, foi espancado por um grupo de aproximadamente dez pessoas após supostamente atacar e roubar a bolsa de duas mulheres no bairro Simi Dei. Ele foi levado pela Polícia Militar à Santa Casa, onde passou por cirurgia. Ele está em estado grave, ainda corre risco de morte, segundo a instituição, e respira com a ajuda de aparelhos.

O primeiro roubo aconteceu por volta das 7h15. Pessoas que passavam pelo local e moradores viram a ação, tomaram a bolsa que ele havia furtado e o agrediram pela primeira vez. Dez minutos depois, ele voltou a agir e atacou outra mulher na mesma região, sendo novamente contido pelos  populares. A agressão foi intensificada e só terminou com a chegada da polícia.

O homem está sob escolta policial e deve ser preso assim que receber alta. Ele foi indiciado pelos dois roubos. Os moradores que agrediram o homem ainda não foram identificados. Eles podem responder por tentativa de homicídio.

O ajudante-geral Mauro Muniz, 37, também foi espancado e quase linchado em 11 de maio após ser confundido com o irmão, que teria batido na mulher. Ele foi internado e recebeu alta da Santa Casa no dia 14 após quatro dias de internação na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Ele teve traumatismo craniano e fraturas pelo corpo. O delegado responsável pelo caso, Elton Negrini, da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), já identificou sete pessoas que participaram da agressão. Todos irão responder por tentativa de homicídio. Cinco maiores foram presos e dois menores foram apreendidos por participação no ato.

Muniz contou que foi agredido após saber que uma turma de vizinhos estava querendo bater em seu irmão e que uma irmã dele foi falar com o grupo para evitar um possível confronto. Ele temeu que os vizinhos fossem agredir sua irmã e se dirigiu à porta da casa, mas, antes de conseguir falar, levou uma paulada. A partir dai, conta, ele apagou e não se lembra de nada. “Tive medo de morrer”, disse.