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Vizinhos de pet shop abandonado no Rio invadem local e resgatam animais

Carolina Mazzi

Do UOL, no Rio

11/07/2014 12h18

Dois moradores da Freguesia, na zona oeste do Rio de Janeiro, invadiram um pet shop abandonado para resgatar animais que permaneciam no local, após ouvirem o choro de cachorros durante vários dias. O comerciante Fábio Farias participou do “resgate” e filmou toda a ação, que aconteceu no dia 25 de junho.

“Os bichinhos choravam muito, mesmo quando o pet shop ainda funcionava. Depois de ouvir eles granindo por vários dias, não tinha mais como, era muito triste. Entrei e recuperei os bichos”, afirmou. “Eles estavam sem comida, sem água, o cheiro de urina era muito forte e o parquinho onde eles ficavam estava cheio de fezes.”

Ele e o amigo resgataram dois cachorros, pássaros, um coelho e hamsters em estado de desnutrição e maus tratos. Alguns animais estavam mortos. Nas imagens da invasão, é possível ver o local, chamado Pet Puppy, repleto de dejetos. Um dos cães, um maltês que, segundo Farias, já foi entregue ao dono, conseguiu sair por uma grade, de tão magro. O proprietário do animal não foi localizado pela reportagem para comentar o caso.

O comerciante afirma que os maus tratos aconteciam antes mesmo do pet shop fechar as portas. “A gente ouvia muita reclamação dos funcionários e clientes. A sujeira às vezes invadia inclusive a minha casa, eram fezes por todo o terreno. Os animais ficavam presos em gaiolas o dia inteiro, um em cima do outro, ou ficavam sob sol escaldante em um pátio o dia inteiro, às vezes das 8h até as 23h”, disse.

Segundo Fábio, um dos cães encontrados foi comprado pelos próprios donos da loja para proteger o local. “Eram dois cachorros da raça rotweiller, irmãos. Um eu consegui salvar e mora atualmente comigo. O outro morreu por negligência dos donos”, afirmou.

Na página do pet shop no Facebook, há muitas reclamações. Uma das usuárias conta que o seu animal foi devolvidoapenas à noite, horas após o combinado com o estabelecimento.

O vizinho relata que, depois de presenciar os animais em condições “degradantes” por vários meses, resolveu agir. “Nos final de semana dos dias 14 e 15, os bichinhos não pararam de chorar. Era muito triste, a gente via que, muitas vezes, eles estavam sem comida, sem água, o cheiro de urina era muito forte”, disse. “Aí, no dia 16, entrei lá mesmo, reclamei e resolvi começar a fazer denúncias para a polícia.”

O local continua fechado. As denúncias de maus tratos e abandono foram registradas na DPMA (Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente). A polícia já ouviu moradores e, após averiguar a situação dos animais, agora tenta notificar a proprietária, que ainda não foi encontrada.