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Funcionários são internados após refeição em empresa em Itupeva (SP)

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

30/07/2014 17h03

Oitenta funcionários da fábrica de cosméticos francesa Fareva, em Itupeva (73 km de São Paulo), deram entrada, na manhã desta quarta-feira (30), no Hospital Municipal da cidade sob suspeita de intoxicação alimentar.

Eles foram atendidos e liberados. A cozinha da fábrica, onde as refeições são servidas, foi interditada e a Vigilância Sanitária da cidade foi até a empresa que fornece as refeições, em Valinhos (85 km de São Paulo), para apurar a causa do problema.

A suspeita é que uma refeição terceirizada servida na terça-feira (29) na empresa possa ter sido contaminada. 

O pronto-socorro do hospital ficou lotado com a chegada dos funcionários, que apresentavam quadro de vômitos e diarreia. Uma força-tarefa foi montada para o atendimento.

Pacientes de convênios foram encaminhados para unidades das operadoras de saúde e também houve pacientes encaminhados para Jundiaí (58 km de São Paulo), segundo a prefeitura da cidade. 

“Tivemos de reforçar nosso quadro para fornecer o atendimento, mas não houve situações mais graves", afirmou Ricardo Vicente da Silva, secretário de Saúde da cidade.

Ainda segundo dados da administração, a maioria recebeu medicação e foi liberada pouco depois do atendimento. Houve dois casos, no entanto, em que houve princípio de desidratação. Duas mulheres ficaram internadas até às 15h de hoje e foram liberadas.

Silva informou também que houve coleta de sangue dos pacientes que foram atendidos e que as amostras serão enviadas ao Instituto Adolfo Lutz para análise para confirmar a intoxicação. O prazo para que os resultados sejam conhecidos é de 25 dias.

“Eu comecei a passar mal ontem [terça] à tarde, depois do almoço. Mas piorou bastante na manhã de hoje. Só sei que foi todo mundo pro hospital, tomamos soro e fomos atendidos”, disse uma funcionária, por telefone, à reportagem do UOL. Ela não se identificou.

Terceirizada

No total, a Fareva tem perto de 700 funcionários. De acordo com a multinacional, as refeições são fornecidas por uma empresa terceirizada contratada para cuidar da alimentação dos funcionários.

Na tarde desta quarta, a Vigilância Sanitária esteve na fábrica e lacrou a cozinha preventivamente para apurar a donte da a intoxicação.

Não há prazo para que o local seja reaberto. Funcionários da instituição também foram até Valinhos, onde fica a sede da empresa NT Gourmet Cozinha Industrial, que fornece as refeições, para colher materiais para análise.

“Vamos verificar a empresa que fornece as refeições, a fábrica e também a água. Estamos cobrindo todas as possibilidades para determinar onde o problema ocorreu”, disse Silva.

Mais casos

A reportagem recebeu informação, na manhã de hoje, de que funcionários de um centro de distribuição da empresa localizado em Louveira, na região de Campinas, também tiveram intoxicação alimentar na quarta-feira.

Três funcionários foram procurados, por telefone, e falaram com a reportagem sob condição de anonimato. Um deles estava de folga ontem e não confirmou a informação. Dos dois que trabalharam ontem, um deles confirmou que alguns colaboradores passaram mal e outro afirmou não ter conhecimento sobre o assunto.

A empresa foi procurada para confirmar a informação, pela manhã, mas foi dito à reportagem que o pronunciamento sobre o assunto seria feito na tarde de hoje, o que não ocorreu até às 18h10. A reportagem voltou a ligar, às 17h30, mas nenhuma informação foi passada.

Já a Vigilância Sanitária de Louveira informou que, até o fim da tarde de hoje, nenhum caso de intoxicação alimentar foi comunicado na cidade.

A reportagem também procurou a NT Gourmet, que fornece as refeições, mas a funcionária que atendeu à ligação informou que os diretores estavam em reunião e que só eles poderiam falar sobre o assunto.

Em nova ligação, por volta das 17h20, a secretária informou que quem poderia falar sobre o assunto não estava na empresa. Em todos os casos, a reportagem deixou contatos com as empresas.