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Jornalista do G1 é agredido por criminosos no Complexo do Alemão, no Rio

Do UOL, no Rio

10/11/2014 16h03Atualizada em 10/11/2014 21h22

Um jornalista do portal "G1" foi feito refém e agredido por criminosos do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, na tarde desta segunda-feira (10), enquanto fazia uma reportagem em um antigo galpão industrial invadido por famílias sem-teto, na avenida Itaoca, em Bonsucesso, onde há uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). No fim da tarde, um homem suspeito de participar do crime foi preso em flagrante.

Ao chegar ao local, segundo o "G1", o repórter Henrique Soares foi informado pelo representante da associação de moradores de que, por conta de uma operação policial em andamento na região, não seria um momento propício para recebê-lo. O jornalista estava deixando a comunidade quando foi abordado por dois homens, que o levaram para dentro do galpão.

O profissional de imprensa foi então agredido com socos e coronhadas, além de ter tido o seu celular e o relógico roubados. De acordo com a Comunicação Globo, ele foi mantido refém pelos criminosos por cerca de 40 minutos. Os criminosos suspeitavam que o jornalista fosse um policial à paisana, segundo informações do "G1".

Com ferimentos na cabeça e nos braços e escoriações, ele foi atendido em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da região. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, antes de receber alta, o jornalista passou por uma avaliação completa e não foram constatados hematomas mais graves. Em seguida, ele foi levado a um hospital particular. Amigos e familiares informaram que o repórter passa bem.

Segundo um policial civil da 45ª DP (Complexo do Alemão), o suspeito Robson Corrêa Barreto, de 20 anos, foi encontrado algumas horas depois do ocorrido. De acordo com o portal G1, ele foi preso em flagrante pelos crimes de sequestro e cárcere privado qualificado, lesão corporal grave e furto qualificado. A reportagem do UOL tentou diversas vezes entrar em contato com a assessoria da Polícia Civil, sem sucesso.

Em nota oficial, a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) manifestou solidariedade ao repórter e colocou-se à disposição "para apoiá-lo no que for necessário". "A Abraji considera fundamental que os responsáveis por tal brutalidade sejam rapidamente identificados e punidos de acordo com o que a lei determina. É essencial, ainda, que o governo estadual tenha total transparência na apuração do caso", cobrou a associação.

Já o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio divulgou, também em nota, que manifesta "total repúdio à violência" promovida contra Soares e também cobrou apuração rigorosa do crime.  O sindicato informou ainda que recomendou, por intermédio da família, que seja providenciado o R.O (Registro de Ocorrência) do caso em delegacia. "Solicitamos o envio de uma cópia do documento para o nosso setor jurídico, que está à disposição do profissional. O R.O. fortalece a cobrança às autoridades de uma política de segurança pública capaz de garantir condições para o exercício profissional sem ameaça à integridade física de qualquer pessoa", explicou a nota.

A entidade afirmou ainda que iria apurar verificar se foram observadas, neste caso, as 16 recomendações de segurança que o MPT (Ministério Público do Trabalho) elaborou a partir de denúncia do sindicato e das quais todas as empresas foram notificadas.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa das UPPs, porém não recebeu qualquer resposta até o momento.

Por conta de um tiroteio registrado mais cedo na comunidade Nova Brasília, no Complexo do Alemão, o serviço de teleférico que integra o conjunto de favelas ficou interrompido entre 11h35 e 12h45, informou a concessionária responsável pelo sistema, a Supervia.