Greve de ônibus continua em Curitiba; Justiça determina frota mínima
Jorge Olavo
Do UOL, em Curitiba
26/01/2015 21h44
A greve de motoristas e cobradores de ônibus da Grande Curitiba continuará nesta terça-feira (27), decidiram os trabalhadores nesta segunda-feira (26). Com a decisão, a Justiça determinou que a frota mínima seja colocada nas ruas a partir da meia-noite. Em horários de pico, entre 5h e 9h e entre 17h e 20h, deverão circular 70% da frota e, no restante do dia, metade dos veículos.
O presidente do Sindimoc (sindicato que representa os trabalhadores), Anderson Teixeira, prometeu, durante audiência de conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), cumprir a determinação judicial. Ao todo, cerca de 2,2 milhões de pessoas dependem do transporte de ônibus em Curitiba e Região Metropolitana.
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Participaram da audiência de conciliação e instrução representantes do Ministério Público do Trabalho, Sindimoc, Setransp (sindicato que representa os empresários do setor), Urbs (órgão ligado à prefeitura, responsável por gerir o sistema de transporte) e Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba, vinculada ao governo do Estado).
A reunião foi presidida pelo desembargador Luiz Eduardo Gunther, que determinou que governo estadual, prefeitura e empresas apresentem até a tarde desta terça-feira (27) um plano para evitar atrasos no pagamento dos salários dos trabalhadores e quitar os valores referentes ao adiantamento salarial.
Uma nova audiência foi marcada para as 14h30 de amanhã.
Teixeira disse durante a audiência que a determinação da Justiça de manter a frota mínima não foi cumprida nesta segunda-feira (26) porque não havia sido notificado.
“Se tivermos uma decisão judicial que determine frota mínima, os trabalhadores vão cumprir essa determinação.”
No entanto, o presidente do Sindimoc afirmou que a greve não deve acabar com o pagamento do adiantamento salarial.
“Os trabalhadores têm esse indicativo não simplesmente para receber o pagamento. A greve se mantém até que se resolva o problema do transporte coletivo.”
A categoria reclama do atraso no pagamento do adiantamento salarial e de problemas na assistência médica da categoria.
O descumprimento da ordem judicial implicaria multa de R$ 50 mil ao Sindimoc e ao Setransp, mas o valor foi corrigido para R$ 300 mil ao longo do dia. Hoje, a greve foi geral e apenas poucos ônibus circularam no primeiro horário do dia, antes das 6h.