Após mais duas mortes, moradores de morro queimam ônibus em protesto no Rio
Moradores da favela do São Carlos, no Estácio, na zona norte do Rio de Janeiro, queimaram dois ônibus durante um protesto realizado na manhã desta sexta-feira (15), nos arredores do hospital da Polícia Militar, na avenida Salvador de Sá. O ato teria como motivação, segundo relatos de testemunhas, as mortes de mais dois homens na comunidade do São Carlos, na quinta-feira (14). Desde a última sexta, pelo menos dez pessoas foram mortas em uma guerra de facções na região.
A PM não soube informar o número de pessoas que participam da manifestação. A CPP (Coordenadoria de Polícia Pacificadora), órgão gestor das UPPs, informou que as duas mortes em decorrência do confronto travado por policiais militares e traficantes na noite desta quinta-feira (14). No entanto, ainda não há informações sobre as vítimas --se eram moradores ou se faziam parte de alguma organização criminosa.
A violência vem assustando os moradores da região do Estácio, Catumbi e Santa Teresa desde o último fim de semana. Há uma guerra entre facções pelo controle da favela da Coroa, no Catumbi, e os tiroteios são constantes. As comunidades envolvidas na disputa possuem UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).
O trânsito está bloqueado no largo do Estácio, de acordo com o Centro de Operações. Os motoristas devem evitar a região. O engarrafamento se estende a bairros próximos, como Tijuca e Centro.
As circunstâncias das mortes desta quinta estão sendo investigadas pela Polícia Civil. De acordo o delegado Rivaldo Barbosa, diretor da DH (Divisão de Homicídios), a perícia do local dos crimes começou a ser feita no fim da manhã desta sexta. Uma das vítimas, segundo Barbosa, seria um motoboy.
Em entrevista à TV Globo, o delegado afirmou que os policiais estão procurando testemunhas e que as circunstâncias das mortes ainda não são conhecidas.
Disputa entre facções
As comunidades da Coroa, do Fallet, do Fogueteiro, da Mineira e do São Carlos, que compreendem uma área que passa por bairros como Santa Teresa, Estácio, Catumbi e Rio Comprido, estão em guerra desde o último fim de semana, quando uma houve invasão ao Morro da Coroa.
A presença da Polícia Militar nessas comunidades, as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), não intimida os criminosos. As disputas entre traficantes das facções Comando Vermelho e Terceiro Comando afetam cerca de 30 mil moradores.
No dia 8 de maio, quatro pessoas morreram e cinco foram baleadas durante confronto entre facções rivais e entre traficantes e policiais no Morro da Coroa. Na manhã do último domingo (10), outros dois homens morreram em uma troca de tiros entre criminosos e policiais.
Na noite de terça (12), duas pessoas morreram em um tiroteio na região do Catumbi. As vítimas foram identificadas como Geraldo Martiniano da Silva, 44, e Luan Rodrigues de Sousa Gama, 20. A Divisão de Homicídios da Polícia Civil está investigando as mortes.
O secretário de Segurança do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que a invasão de criminosos ao Morro da Coroa foi comandada por Ricardo Chaves de Castro Lima, o Fú da Mineira, apontado pela polícia como um dos chefes da facção Comando Vermelho.
O policiamento nas comunidades do Fallet, da Coroa e do Fogueteiro foi reforçado com homens do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e de outras unidades da PM. O reforço foi ampliado para os bairros no entorno das favelas.
Ônibus queimados na Baixada
Na noite desta quinta, em suposta represália a uma operação de combate ao tráfico promovida pela Polícia Militar em Japeri, na Baixada Fluminense, cinco ônibus foram incendiados por criminosos.
Quatro coletivos foram atacados em Japeri e um, na cidade vizinha de Queimados. Os ataques aos ônibus começaram no final da tarde. Os bandidos obrigaram as pessoas a sair dos veículos e ninguém se feriu nos incêndios.
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