Topo

Mulher é presa após chamar fiscal de zona azul de "macaca" em Araçatuba

Celiana Alves, 26, (de boné à esq.) acusa a esteticista Iara Paula Camargo Andrade (de costas, à dir.) de agressão e racismo - Diivulgação
Celiana Alves, 26, (de boné à esq.) acusa a esteticista Iara Paula Camargo Andrade (de costas, à dir.) de agressão e racismo Imagem: Diivulgação

Eduardo Schiavoni

Colaboração para o UOL, em Ribeirão Preto

10/12/2015 16h09

A esteticista Iara Paula Camargo Andrade, 42, foi presa na tarde de quarta-feira (9) por injúria racial depois de chamar de “macaca” uma fiscal da empresa Arapark, responsável pelo estacionamento rotativo (zona azul) em Araçatuba (527 km de São Paulo). A mulher ainda teria agredido a vítima e quebrado um aparelho de celular que estava com ela. A mulher foi presa em flagrante e, após passar por exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal), foi enviada à cadeia de Lavínia.

O caso aconteceu por volta das 14h30. Celiana Alves, 26, funcionária da Arapark, se aproximou de um veículo modelo Chevy de cor preta estacionado na Área Azul e, ao notar que o horário do ticket havia sido ultrapassado em sete minutos, começou a preencher o aviso de multa.

Nesse momento, a esteticista Iara Paula Camargo Andrade, dona do veículo, chegou até o local e, ao ser informada da multa, pediu que Celiana chamasse sua supervisora, começando a discutir com a monitora. Iara acabou dando um tapa no rosto da funcionária.

"Eu estava fazendo meu trabalho. Entendo que ela não tenha gostado de levar uma multa, ninguém gostaria disso. Mas isso não dá a ela o direito de me agredir e me ofender. Tomara que o tempo que ela vai passar na cadeia faça ela modificar a forma como trata os outros", disse Celiana.

As duas mulheres começaram então discutir. Houve confronto físico e Iara conseguiu pegar o celular que Celiana portava, de propriedade da empresa, arremessando-o contra uma parede, no outro lado da rua.

O mototaxista Wilton Peres estava no local e recolheu o celular. Ele conta que, depois que a agressão terminou, Iara começou a proferir palavras de cunho racista. "A loira [Iara] chamou a outra menina de macaca preta. Logo depois, chegou a Guarda e levou todo mundo para a delegacia", conta.

Prisão

Ao chegarem à delegacia, as duas mulheres, além de três testemunhas, foram ouvidas pelo delegado Getúlio Silvio Nardo. "Ficou comprovada, pela oitiva das testemunhas, a versão da monitora, o xingamento racial e a agressão. Agora, ela responderá pelos crimes", disse o policial.

A reportagem tentou falar com o representante legal da indiciada, mas a Polícia Civil não informou se ela havia constituído advogado. A reportagem também ligou no telefone celular indicado pela polícia como sendo de propriedade dela, mas ninguém atendeu nem retornou as ligações até o fechamento da matéria.

À polícia, entretanto, Iara afirmou que a monitora foi grosseira com ela e que a teria agredido primeiro, em companhia de outra monitora, antes que ela reagisse. Ela admitiu ter chamado trocado agressões com a vítima, bem como ter chamado a monitora de vagabunda, mas não de macaca.

Em nota, a Arapark informou que "repudia mais este ato de violência praticado contra uma monitora da zona azul", mas que, ao mesmo tempo, "sente-se confiante, pois a prisão em flagrante da agressora demonstra que as autoridades estão atentas para punir estes atos lamentáveis”.