Com baixa mobilização, MPL realiza ato contra aumento da tarifa em SP
Foi baixa a participação de manifestantes no 9º ato do MPL (Movimento Passe Livre) contra o aumento da tarifa de transporte coletivo em São Paulo, realizado na tarde desta quinta-feira (25). Batizado de "Festival Pula Catraca", o evento teve apresentações musicais e discursos em frente ao Theatro Municipal, no centro da capital paulista. Ao final, os manifestantes queimaram catracas de papelão.
"O governo foi bem-sucedido em desviar o foco da pauta dos protestos para a questão absurda dos trajetos, além disso houve uma repressão policial muito forte e isso assustou algumas pessoas", afirma a porta-voz do MPL, Laura Viana. "Mas vamos continuar nas ruas contra pela revogação desse aumento".
A última passeata do MPL, contra a elevação da tarifa de ônibus, metrô e trem, que passou de R$ 3,50 para R$ 3,80, havia sido realizada há um mês.
De acordo com a estimativa da Polícia Militar, cerca de 120 pessoas participaram do ato. Número próximo ao contingente policial deslocado pela corporação. Mais de cem homens, como afirmou o tenente-coronel Francisco Cangerana, que comandou a operação. "Nós não sabíamos se haveria ou não passeata. Portanto, deslocamos um efetivo padrão para este tipo de manifestação", disse.
Até 21h30, não houve registro de confrontos em PM e os manifestantes, que após o fim do ato se deslocaram para a Praça dos Correios, também na região central de São Paulo.
Lei Antiterrorismo
A organização que luta pela tarifa zero criticou a aprovação da Lei Antiterrorismo pela Câmara dos Deputados. "Qualquer movimento social tem medo dessa aprovação, não porque sejamos terroristas, mas porque é uma lei muito perigosa. E a gente sabe muito bem como a Justiça age no nosso país. Há um risco real de movimentos sociais serem enquadrados nesta lei", afirma Laura Viana.
Aprovado na quarta-feira (24), após apelo do governo e em meio à ameaça de organismos internacionais de aplicar sanções ao país, o projeto de lei define o crime de terrorismo no Brasil, que terá pena mínima de 12 anos, e máxima de 30 anos de prisão.
O texto, de autoria do Poder Executivo, mas alterado pelo Congresso, vai agora para a sanção da presidente Dilma Rousseff. A votação foi simbólica (sem registro nominal dos votos). Câmara e Senado divergiram sobre o tema. De acordo com a Folha, prevaleceu a posição dos deputados, que excluíram o "extremismo político" como caracterização do terrorismo, em meio às discussões sobre se a lei representaria uma ameaça às manifestações políticas de rua.
"Quem decide o que são causas legítimas dos movimentos sociais? Essa é uma lei que busca restringir as manifestações dentro dos moldes que o Estado deseja", afirma Laura.
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