Policiais depredam plenário, vice-presidência e tapumes da Alerj em invasão
Do UOL, no Rio
08/11/2016 17h57Atualizada em 08/11/2016 21h34
Os cerca de 200 policiais que invadiram o prédio da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) na tarde desta terça-feira (8) depredaram o plenário da Casa, a sala da vice-presidência e até mesmo os tapumes das obras na fachada do edifício.
O presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB), afirmou que a invasão do prédio por policiais é "um crime e uma afronta ao estado democrático de direito sem precedentes na história política brasileira" que de ser "repudiado".
“Os prejuízos causados ao patrimônio público serão registrados e encaminhados à polícia para a responsabilização dos culpados", afirmou, em nota o deputado.
Veja também
Em nota, a Polícia Civil informou que irá abrir um inquérito para investigar o crime de dano ao patrimônio público ocorrido durante o ato. "Diligências estão em andamento para identificar os autores na extensão dos danos causados", afirma o texto, encaminhado pela assessoria de imprensa da corporação.
A manifestação ocorreu após o envio ao Legislativo estadual, na última sexta (4), de um plano de cortes de gastos composto de 22 de projetos de lei, entre eles iniciativas impopulares como a elevação da contribuição previdenciária de servidores ativos, inativos e pensionistas para 30% dos salários.
Ao final das duas horas de ocupação, os cerca de 50 policiais que ainda estavam no local deixaram o prédio pela porta da frente, de mãos dadas, ao som do Hino Nacional, cantado pelas pessoas que estavam do lado de fora da Casa.
Sem dinheiro
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, afirmou em entrevista à Rádio Estadão que, no momento, só tem dinheiro em caixa para pagar sete dos 13 meses de folha salarial em 2017.
Pezão afirmou que em 2017 e 2018 o rombo nas contas públicas estaduais será de R$ 52 bilhões. Se as medidas de ajuste forem aprovadas, a estimativa do governo é que haja uma economia de R$ 28 bilhões. Dessa forma, ainda faltariam R$ 24 bilhões.
"Em 2017 e 2018, vamos correr atrás desse valor de R$ 24 bilhões com venda da dívida ativa, venda da folha de pagamento, antecipação dos royalties de petróleo. Mas sem as medidas de ajuste fica impossível equilibrar as contas", disse.