IML aponta que João Victor morreu de infarto por ingestão de drogas
O laudo necroscópico do IML (Instituto Médico Legal) divulgado nesta terça-feira (7) concluiu que o menino João Victor Carvalho, 13, morreu de infarto cardíaco por ingestão de drogas.
O garoto teve um mal súbito no dia 26 de fevereiro depois de ser perseguido por funcionários de uma unidade do Habib’s na zona norte de São Paulo. Ele foi socorrido, mas não resistiu no caminho para o hospital.
Segundo o documento, foram encontradas no corpo do garoto substâncias presentes no lança-perfume. Algumas escoriações também foram detectadas, mas não havia trauma na cabeça de João Victor, também conforme o documento.
Policiais informaram que vão analisar o laudo, que deve ser encaminhado para o 28º Distrito Policial (Freguesia do Ó), onde o caso é investigado. O delegado responsável pelas investigações, Antônio Celso, foi procurado por telefone, mas não atendeu as ligações.
A SSP (Secretaria de Segurança Pública de são Paulo) ainda não comentou o resultado do laudo.
O Habib's, em nota enviada à redação às 18h05, repetiu os tópicos do laudo, reforçando a inexistência de lesões no crânio, no tórax e na região cervical e a conclusão de que o sangue de João Victor tinha substâncias como cocaína. A empresa reiterou ainda que "os funcionários envolvidos continuarão afastados e que, após apurações finais, tomará medidas cabíveis e emitirá um novo comunicado.
Caso concluído?
Para Ariel de Castro Alves, o coordenador da Comissão da Criança e do Adolescente do Condepe (Conselho Estadual de Direitos Humanos de São Paulo), o laudo é “apenas uma das provas”. Ele argumenta que o documento precisa ser analisado em conjunto com os depoimentos de testemunhas, que relataram na delegacia terem visto o garoto ser agredido.
“Ainda é necessário se apurar de que forma essas supostas agressões e perseguição de funcionários do Habib's podem ter contribuído para a morte do menino. O IML também precisa esclarecer se alguma lesão corporal foi constatada no corpo do jovem”, declarou em nota.
“O laudo do IML serve de alerta para que o caso seja tratado com cautela com relação à responsabilidade do gerente e do supervisor da lanchonete, que estariam envolvidos na ocorrência. É fundamental que as investigações prossigam através dos depoimentos de novas testemunhas e também com a análise de outras imagens e com a realização de novas perícias”, acrescentou.
Entenda o caso
No último dia 26, domingo de Carnaval, João Victor teve um mal súbito depois de ser perseguido por funcionários do Habib's,
De acordo com o Boletim de Ocorrência, registrado às 4h50 de segunda (27), a Polícia Militar foi acionada para atender uma ocorrência de "agressão" no restaurante.
Chegando ao local, os policiais nada encontraram, mas funcionários da unidade informaram que o adolescente estava "importunando os clientes, inclusive com um pedaço de madeira", segundo o BO. Na tentativa de repreendê-lo, o menino "saiu correndo e, neste instante, teve um mal súbito", ainda conforme relatos das testemunhas.
Uma vizinha da família, que prestou depoimento na quarta-feira (1º), afirmou ter visto quando João Victor sendo agredido por dois funcionários da lanchonete.
"O segurança pegou João Victor pelo pescoço desferindo um violento soco contra sua cabeça", relata o documento. "No caminho, a poucos metros do Habib's, sendo segurado pelo gerente e pelo segurança, João Victor desmaiou". A testemunha se aproximou e percebeu que o menino estava "espumando" pela boca, inconsciente, segundo relatou a vizinha à polícia.
Uma equipe do Samu o socorreu, mas, antes de chegar no pronto-socorro do hospital Mandaqui, ele teve uma parada respiratória e morreu.
(*Com informações do Estadão Conteúdo)
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