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Polícia identifica 4 suspeitos de estupro coletivo no Rio; vítima de 12 anos é ouvida em hospital

Vítima de estupro deixa delegacia protegida por policial nesta segunda-feira (8) - Alexandre Cassiano/Agência O Globo
Vítima de estupro deixa delegacia protegida por policial nesta segunda-feira (8) Imagem: Alexandre Cassiano/Agência O Globo

Carolina Farias

Colaboração para o UOL, no Rio

08/05/2017 12h24

A adolescente de 12 anos vítima de um estupro coletivo na Baixada Fluminense é ouvida nesta segunda-feira (8) pela Polícia Civil no Caac (Centro de Atendimento ao Adolescente e à Criança), uma unidade especial dentro do Hospital Souza Aguiar. No local, a menina será submetida a entrevista especial --um policial civil treinado conversa com a vítima. Os investigadores identificaram ao menos quatro suspeitos de envolvimento no crime, ocorrido no dia 30 de abril.

"Esse atendimento é para evitar a revitimização. Mas ela pode também não querer falar", explicou o delegado assistente da Dcav (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima), Rodrigo Moreira. A conversa é gravada e o material será anexado ao inquérito. 
 
A Dcav não divulga o município onde o crime ocorreu para preservar a vítima.
 
Além de ouvir a jovem e fazer exames de corpo de delito e exames de DST, a Dcav identificou dois grupos fechados em redes sociais que compartilharam o vídeo em que a garota aparece sofrendo a violência. Páginas que ofereciam o vídeo estão sendo identificadas. O caso começou a ser investigado na última sexta-feira (5) após a divulgação das imagens em grupos de WhatsApp.
 
"Pedimos ao Facebook para congelar essas páginas. Tudo o que foi feito antes do congelamento não poderá ser mudado. Mas a quantidade dos compartilhamentos do WhatsApp nós não temos", afirmou Moreira.
 
Os quatro jovens que aparecem no vídeo cometendo a violência foram identificados pela polícia por seus apelidos. A polícia não deu detalhes como a idade dos suspeitos ou a relação deles com a vítima. Segundo o delegado, há dúvida em relação a quem gravou a violência.
 
"Podem ser cinco pessoas ou mesmo quatro, já que aquele que filma vira a câmera para si em um momento", explicou o delegado.
 
Parentes da jovem também devem ser ouvidos nesta segunda.
 

Programa de proteção

A família da adolescente aceitou integrar o Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte. A Secretaria de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos ofereceu o programa à família da jovem nesta segunda. A adolescente será encaminhada para um local sigiloso onde será fornecida à família assistência jurídica, social e psicológica.
 
“Não podemos banalizar a violência. A vítima é uma criança que precisa ser protegida e orientada. Foi machismo, foi abuso sexual e psicológico o que essa jovem sofreu”, disse o secretário Átila Nunes.