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Estudante agredido por PM em Goiânia tem alta após segunda internação

Mateus Silva foi atingido na cabeça por um cassetete na greve geral do dia 28 de abril - Reprodução
Mateus Silva foi atingido na cabeça por um cassetete na greve geral do dia 28 de abril Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

20/05/2017 09h53Atualizada em 20/05/2017 09h53

O estudante Mateus Ferreira da Silva, 33, teve alta do Hugo (Hospital de Urgências de Goiânia) na manhã deste sábado (20). Ele estava internado na unidade desde a quinta (18) para fazer uma cirurgia de “reparação de falha óssea frontal, localizada na região acima da sobrancelha”, segundo boletim médico. Em outras palavras, Mateus recebeu uma placa de cimento cirúrgico em substituição ao osso destruído pelo golpe de cassetete desferido por um policial militar durante protesto no centro de Goiânia, no dia 28 de abril.

O jovem está “em boas condições clínicas”, segundo o hospital. Após ser agredido pelo capitão Augusto Sampaio de Oliveira, durante confronto entre manifestantes e PMs, na praça do Bandeirante, no centro de Goiânia em 28 de abril, Mateus passou 11 dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hugo, com traumatismo craniano e múltiplas fraturas, 

Ele protestava contra as reformas da Previdência e Trabalhista propostas pelo governo Michel Temer (PMDB), no dia da greve geral convocada pelas centrais sindicais. O golpe desferido contra ele foi tão forte que arrancou a capa de borracha que encobria o cassetete do policial.

O jovem recebeu alta do Hugo no último dia 11 de maio, após 13 dias de internação.

A família do estudante de Ciências Sociais da UFG (Universidade Federal de Goiás), que é natural de São Paulo, alugou uma casa para instalá-lo em Goiânia. Mateus morava em uma república de estudantes. Ele está sendo cuidado pela família, que se transferiu de São Paulo para Goiânia.

Veja o momento da agressão ao estudante

UOL Notícias

PM permanece afastado das ruas

O capitão Augusto Sampaio de Oliveira, subcomandante da 37ª Companhia Independente, foi afastado do policiamento ostensivo para se dedicar a atividades administrativas e responde a um Inquérito Policial Militar instaurado, após a divulgação de um vídeo da agressão.

Segundo a Polícia Militar, o inquérito está em curso e seus prazos seguem o estipulado pelo Código Penal Militar.

Em nota divulgada um dia após o caso, a Secretaria de Segurança Pública do Estado condenou as agressões, defendeu o "direito constitucional e legítimo" de se manifestar "de forma pacífica e ordeira" e afirmou ter aberto investigação para averiguar a atuação dos policiais.

Essa não seria a primeira vez que o capitão Oliveira Neto se envolveu em agressão. Segundo reportagem da "TV Globo", consta na ficha do PM o envolvimento em ao menos quatro casos de agressão, incluindo a menores de idade em situação de rua, entre 2008 e 2010. Oliveira Neto nunca foi punido por nenhuma delas.